O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse acreditar nesta sexta-feira que a presidência cubana do Movimento de Países Não-Alinhados (NOAL) fará com que a organização, criada durante a Guerra Fria, dê uma guinada e entre em uma nova era.
Em seu discurso na sessão inaugural da reunião de cúpula do NOAL, que acontece em Havana, Chávez falou em nome dos membros da América Latina e do Caribe. O líder sul-americano alertou que "o colonialismo americano continua conspirando e lançando planos contra Cuba e Venezuela, e sobre outros Estados".
Depois de mandar uma saudação especial a Fidel Castro, que se recupera de cirurgia intestinal em 31 de julho e não pôde comparecer ao evento, Chávez afirmou que "50 anos depois de fixar os princípios dos não-alinhados em Bandung (Indonésia, 1955), o mundo está se levantando novamente".
O presidente venezuelano repassou fatos da colonização nas Américas, na África e na Ásia e convocou os 118 países do NOAL a somar forças e "empurrar o sol neste novo amanhecer".
- Batalhamos por outro mundo necessário, imprescindível e absolutamente possível - afirmou Chávez, completando que, diante da ausência dos largos discursos de Fidel, ele iria se alongar um pouco mais.
- É possível um mundo onde não impere um só país, nem uma polícia mundial, nem a guerra, nem as baionetas, mas sim o sentimento mais profundo de irmandade e igualdade. Ou conseguimos dar uma virada no mundo, humanizando-no, ou deixamos em risco a própria espécie humana - acrescentou.
Chavez pediu, ainda, que Fidel presida uma comissão para a criação, por parte do Movimento dos Países Não-Alinhados, de um Banco do Sul, que acumule reservas financeiras dos países em desenvolvimento.
Aliados dos Estados Unidos estão enfrentando situações desconfortáveis durante a cúpula dominada por inimigos dos EUA - a começar pela anfitriã Cuba.
Alguns governantes que vivem às turras com Washington nos mais diferentes pontos do planeta, como Irã, Coréia do Norte, Venezuela, Bolívia, Zimbábue e Bielorrússia, estão em Havana para o evento.
