O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deve assinar na quinta-feira, durante sua visita à Rússia, contratos para a compra de caças, mísseis e outras armas avaliadas em US$ 3 bilhões, afirmou um jornal.
Chávez, que deve consolidar seus laços com a Rússia em um encontro no Kremlin com o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou a Rússia por ignorar os apelos dos americanos para que reconsiderasse a venda.
Esperava-se que a Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, assinasse contratos para a compra de armas russas no valor de US$ 1 bilhão.
Mas Sergei Chemezov, chefe da estatal exportadora de armas da Rússia, a Rosoboronexport, afirmou que o governo venezuelano concluiria acordos no valor de US$ 3 bilhões, disse o jornal "Vedomosti", que trata de assuntos econômicos.
Além de um acordo para comprar ao menos 24 jatos russos Sukhoi-30 a fim de substituir seus caças F-16, de fabricação americana, a Venezuela deve adquirir também helicópteros, mísseis terra-ar e possivelmente um submarino, afirmou o "Vedomosti", cujas informações teriam vindo de membros da área de defesa da Rússia.
O governo dos EUA proibiu os fabricantes americanos de armas de vender para Chávez.
Os EUA dizem que o líder populista, que pretende unir a América Latina em torno de ideais socialistas para confrontar a influência americana, desestabiliza a região.
Autoridades dos EUA disseram que tinham esperanças de convencer a Rússia a desistir das vendas. Mas importantes membros do Kremlin afirmam não ver motivos para aceitar os conselhos dos americanos.
O acordo para comprar os jatos Sukhoi-30 valeria quase US$ 1,5 bilhão, quando se incluem no acordo todos os armamentos e a tecnologia de apoio necessários para operar os aviões, disse o "Vedomosti".
O jornal também afirmou que, segundo um integrante não-identificado do Ministério de Defesa da Rússia, a Venezuela compraria mísseis táticos terra-ar de pequeno alcance TOR-M1. Os planos russos de vender os mesmos mísseis ao Irã provocaram indignação em Washington.
O integrante do Ministério de Defesa russo afirmou que a Venezuela poderia comprar até mesmo um submarino convencional Amur da Rússia.
A Rosoboronexport não quis fazer comentários sobre a reportagem.
Chávez, que se diz um revolucionário e que costuma fazer piadas sobre o governo do presidente americano, George W. Bush, realiza uma viagem pelo mundo que inclui encontros com grandes rivais dos EUA como o líder de Cuba, Fidel Castro, e o presidente de Bielorrússia, Alexander Lukashenko.