O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deve vencer o referendo neste ano que propõe acabar com o limite à reeleição presidencial, o que lhe permitiria ficar décadas no poder, segundo as pesquisas.

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O líder antiamericano incluiu a reeleição ilimitada numa reforma constitucional que será submetida a referendo em dezembro. Também há medidas, como a redução da jornada de trabalho, que alguns consideram populistas.

Os institutos de pesquisa dizem que a proposta será aprovada pois será votada como um pacote num momento de forte apoio popular ao presidente, que usa a riqueza petrolífera para financiar programas sociais.

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De acordo com a pesquisa do instituto Hinterlaces, divulgada na segunda-feira, 31 por cento pretendem votar "sim" à reforma, enquanto 27 por cento são pelo "não". Os demais estão indecisos ou pretendem se abster. Foram ouvidos 900 eleitores.

A reforma constitucional também elimina a autonomia do Banco Central, fortalece os poderes de expropriação do Estado e contém itens que poderiam limitar os poderes de autoridades eletivas regionais.

A aparente consolidação de poderes nas mãos de Chávez foi criticada até pelo segundo maior partido da sua base de apoio. Mas as medidas populistas, como a ampliação dos benefícios da previdência, devem proporcionar a vitória do presidente no referendo, segundo Luis Vicente de León, do instituto Datanalis.

"Na abrangente proposta da jornada de trabalho contra a reeleição indefinida, a resposta positiva às medidas populistas supera de longe qualquer fator negativo associado a aspectos mais polêmicos da reforma", disse ele.

Autoridades dos EUA e líderes da oposição temem que Chávez use os poderes acumulados no Congresso, nos quartéis, nos tribunais e na estatal de petróleo PDVSA para se aferrar ao poder mesmo que sua popularidade caia.

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Chávez promete repetidamente governar até 2021 caso continue ganhando eleições, mas às vezes diz que pode ficar bem além disso. Por outro lado, promete que deixará o cargo se algum dia não sair vitorioso nas urnas.

Sua primeira posse, em 1999, foi para um mandato de cinco anos, mas posteriormente ele fez uma reforma constitucional que renovou o mandato. Sem a nova reforma, ele teria de sair em 2013.

Chávez surgiu na vida pública tentando um golpe de Estado, em 1992. Mas, a partir de 1998, venceu 11 eleições ou referendos.

Os especialistas em pesquisas duvidam que os eleitores farão uma análise detida das reformas em 33 artigos da Constituição.

"Chávez tentará grudar a reforma na sua popularidade, para que qualquer debate constitucional seja relegado a um segundo pensamento", disse Oscar Schemel do Hinterlaces.

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