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Encontro do presidente Lula e Hugo Chávez, nesta quarta | Reuters
Encontro do presidente Lula e Hugo Chávez, nesta quarta| Foto: Reuters
  • Presidente brasileiro presenteou Hugo Chávez com camisa da seleção brasileira de futebol

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira (28), após assinatura de acordos com o Brasil no Itamaraty, que não tem previsão de deixar o cargo. "Não tenho sucessor neste momento e não está prevista uma sucessão em curto prazo. Não tem isso previsto na nossa Constituição Federal, e a Constituição é a vontade do povo", disse Chávez ao ser questionado pela imprensa brasileira.

Ele afirmou que quando veio ao Brasil pela primeira vez, antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o governo, o país vivia uma crise de abastecimento de combustível, era "submisso" a interesses de potências internacionais e "controlado pela burguesia". "Lula modificou isso e agora tem que ir embora. E vocês terão que eleger um novo presidente ou uma nova presidenta", afirmou.

Chávez lembrou ainda que a Venezuela teve 11 eleições desde que ele assumiu o poder e sinalizou que aceitará concorrer na próxima eleição presidencial, daqui a dois anos. "Sei lá quando vou entregar [o poder]. Tivemos 11 eleições desde que sou presidente. (...) Daqui a dois anos teremos eleição presidencial na Venezuela. Se decidirem que eu devo ser presidente, vamos ver. Se decidirem que sim, vamos ver se serei eleito", disse.

Ao ser lembrado que o presidente Lula poderia tentar permanecer no poder através da aprovação no Congresso de uma emenda constitucional, mas decidiu deixar o poder para "dar espaço para a democracia e a alternância de poder", ele afirmou que se o raciocínio fosse válido a Europa seria antidemocrática. Chávez ressaltou que em países europeus como Espanha e Inglaterra, existe monarquia e o primeiro-ministro pode se reeleger de forma ilimitada. "Você tem que se lembrar da particularidade de cada país, da especificidade de cada processo", disse.

Mais cedo, antes do encontro com o presidente Lula, Chávez chegou a declarar sua predileção pela pré-candidata do PT à Presidência, a ex- ministra Dilma Rousseff. "Não quero me meter em coisas internas do Brasil, como o Brasil não se mete em coisas internas da Venezuela, mas o meu coração está aqui: Dilma Rousseff", afirmou Chávez, mandando um beijo para a pré-candidata governista, ao deixar o hotel onde está hospedado.

Sobre Serra, o presidente venezuelano desconversou. "Não vou me pronunciar sobre este tema. É assunto interno do Brasil", afirmou.

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