Presidente venezuelano Hugo Chávez Participa de encontro com estudantes em Caracas| Foto: Presidencia / AFP Photo

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, levantou objeções à decisão da Colômbia de deixar os Estados Unidos ampliarem a presença militar em solo colombiano.

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Chávez disse na noite desta segunda-feira (20) que o plano da Colômbia de acomodar mais tropas norte-americanas em suas bases aéreas e navais "nos obriga a revisar nossas relações" com o governo de Bogotá, aliado dos EUA.

Nesta terça-feira, o chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez, o ministro do Interior Fabio Valência e o ministro da Defesa, Freddy Padilla, repetiram no Congresso colombiano que o projeto não prevê a instalação de bases norte-americanas no país.

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"Eles estão abrindo as portas àqueles que constantemente nos atacam" disse Chávez, de acordo com um comunicado divulgado pela Agência Bolivariana de Notícias da Venezuela. "Em breve, começarão a chegar milhares de soldados americanos à Colômbia, além dos que já existem, a mais quatro bases militares. Soldados e esses que eles chamam de 'contratistas', que não são nada mais que mercenários paramilitares e assassinos, bem como aviões, radares, armamento sofisticado e bombas", disse Chávez. Ele descartou que as tropas americanas tenham como objetivo combater o narcotráfico.

Uma quinta rodada de negociações sobre a cooperação militar entre os EUA e a Colômbia deverá acontecer nas próximas semanas.

Chávez frequentemente acusa os EUA de conspirarem para derrubá-lo. Suas relações com Washington permanecem estremecidas, mesmo após a administração do presidente americano Barack Obama ter restabelecido embaixadores e buscado mais diálogo. Chávez expulsou o embaixador americano no ano passado, durante a crise com os EUA no final do governo George W. Bush.

Na segunda-feira, o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse que seu governo procura um acordo com os EUA. Segundo funcionários militares da Colômbia, os EUA poderão usar três aeroportos militares e duas bases navais na Colômbia.

"O acordo é para fortalecer bases militares colombianas, não para abrir a Colômbia a bases americanas", disse Uribe em discurso no Congresso da Colômbia.

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Durante os dez anos de mandato de Chávez, as relações entre Venezuela e Colômbia enfrentaram vários momentos de tensão. A última crise aconteceu em março do ano passado, logo após tropas colombianas terem atacado uma acampamento da guerrilha das Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc) em território do Equador. Na ação, foi morto Raúl Reyes, um dos chefes das Farc. Embora a Venezuela não tenha rompido relações diplomáticas com a Colômbia, Caracas convocou seu embaixador em Bogotá e retirou o pessoal diplomático. Mais tarde, no entanto, a tensão diplomática foi reduzida e Chávez teve reuniões com Uribe. As informações são da Associated Press.

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