O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que o único apoio que deu ao presidente deposto Manuel Zelaya para seu regresso a Honduras foi moral, informou a Agência Bolivariana de Notícias, que é do governo venezuelano. A declaração aparentemente é uma resposta às informações de que Chávez teria colaborado para a volta de Zelaya a Tegucigalpa.
"O governo venezuelano não deu apoio com aviões ou recursos para que Zelaya chegasse a sua pátria", afirmou Chávez, em Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas, segundo a agência estatal. Ele deve discursar nesta quinta-feira (24) no evento.
O jornal O Estado de S. Paulo relata, na edição desta quinta-feira, que assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Itamaraty trabalham com a informação de que a infraestrutura e a logística para o retorno clandestino de Zelaya tiveram participação de Chávez. Eles acrescentam que o líder venezuelano teria aconselhado o presidente deposto a considerar abrigo na Embaixada do Brasil.
Algumas agências de notícias internacionais também informam hoje que Chávez revelou em Nova York ter detalhes da volta de Zelaya. Segundo a Associated Press (AP), o líder venezuelano afirmou ontem que o presidente deposto viajou de avião, no baú de um automóvel e em tratores da Nicarágua para Honduras em uma operação secreta, que teve o apoio de dissidentes do Exército de Honduras, o qual não manifestou reação aos comentários de Chávez segundo a AP.
As agências de notícias dizem que Chávez conversou por telefone com Zelaya antes de seu regresso a Honduras. O presidente deposto teria dito que participaria da Assembleia Geral das Nações Unidas, mas esta seria uma estratégia, da qual Chávez teria conhecimento, para desviar a atenção do governo de facto sobre ele, de acordo com as agências.
Segundo a Agência Bolivariana de Notícias, Chávez afirmou ter apoiado Zelaya porque "estamos cumprindo com uma obrigação moral". "A Venezuela sempre apoiará, com tudo o que puder, sua restituição ao poder de forma democrática." Mas acrescentou não estar em suas mãos revelar a estratégia utilizada por Zelaya para consolidar seu regresso a Honduras