O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, assumiu na terça-feira seu segundo mandato consecutivo de cinco anos com amplos poderes, em um ato que foi acompanhado pelos presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e da Venezuela, Hugo Chávez.
Ortega foi reeleito em novembro com 62% dos votos, aproveitando-se de uma onda de popularidade impulsionada pelos programas para diminuir a pobreza, financiados com fundos de cooperação da Venezuela, de seu aliado Chávez.
"Temos de seguir fazendo o mesmo que temos feito nestes cinco anos, mas melhor e mais, para seguir erradicando a pobreza", disse Ortega durante a posse.
No pronunciamento ele pediu que Israel destrua suas armas nucleares para assim possibilitar a paz no Oriente Médio, criticou a "ocupação do Afeganistão e Iraque pelos Estados Unidos", condenou a matança do ex-líder líbio Muammar Gaddafi e fez uma breve referência positiva ao ex-ditador iraquiano Saddam Husseim.
As eleições de novembro foram realizadas em meio a questionamentos sobre a legitimidade da candidatura de Ortega, que se tornou possível após uma controvertida decisão da Suprema Corte de Justiça, em 2009, segundo a qual a proibição constitucional à reeleição consecutiva não se aplicaria nesse caso.
Depois da eleição, o candidato da oposição Fabio Gadea denunciou fraude a favor de Ortega e convocou protestos cívicos, mas sem obter maior apoio.
Ortega governará com uma ampla maioria de 63 assentos no Congresso unicameral de 92 deputados, suficiente para promover mudanças constitucionais.
O líder esquerdista governou na década de 1980, depois da Revolução Sandinista, que derrubou o ditador de direita Anastasio Somoza. Ortega tomou posse em um ato na praça da Revolução de Manágua.
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