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O presidente venezuelano Hugo Chávez e o rival da oposição Henrique Capriles buscaram apoio de eleitores neste domingo e mostraram suas forças no lançamento formal da campanha eleitoral na Venezuela.

Capriles, um jovem governador buscando colocar fim a 13 anos de governo socialista no país sul-americano membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), estava voando para duas distantes pontas perto das fronteiras com Brasil e Colômbia para destacar o que considera negligência do governo atual com as comunidades mais remotas.

Incapaz de repetir sua frenética campanha de eleições passadas por estar enfrentando um câncer, Chávez deve aparecer na região central da Venezuela para mostrar que está bem o suficiente para disputar a eleição de 7 de outubro.

Chávez tem vantagem de dois dígitos na maioria das pesquisas, mas há um número considerável de eleitores indecisos e um respeitado instituto de pesquisa local colocou recentemente os dois candidatos em uma disputa apertada.

Depois de três operações para remover dois tumores malignos durante uma batalha de um ano contra o câncer, Chávez, 57, tem dito nas últimas semanas que está totalmente recuperado e sua energia aparenta estar em ascensão.

"Meu Deus, dê saúde e vida para que possamos liderar este povo à vitória", disse Chávez no Twitter no domingo.

Capriles, governador do estado de Miranda, é um político de centro-esquerda que admira o Brasil por sua economia aberta e, ao mesmo tempo, com políticas sociais.

Sua viagem da capital Caracas para a comunidade remota ao sudeste Santa Elena, e então em direção à vila La Guajira, é parte de uma estratégia da oposição de destacar a energia e a saúde de Capriles, 39.

"Não é apenas o começo da campanha", disse Capriles, também pelo Twitter. "É uma contagem regressiva para abrir o portão para o futuro da nossa Venezuela. O progresso está a caminho!"

A mídia estatal continuava a bombardear Capriles neste domingo. Ministros em coro o chamavam de "perdedor" e "de candidato da extrema direita", afirmando que ele iria desmantelar as missões populares de Chávez para acesso grátis à educação, serviços de saúde e de subsídio de alimentos em áreas pobres.

Candidatos Secundários

Cinco candidatos presidenciais, entre eles uma padeira e um evangélico, estiveram neste domingo na arena política da Venezuela, dispostos a sair do anonimato e disputar a batalha política contra os principais candidatos, o líder Hugo Chávez e ao candidato opositor, Henrique Capriles.

Nem a polarização nem a escassez de recursos conseguiram frear as aspirações políticas desses cinco venezuelanos para as eleições de sete de outubro deste ano. Eles propõem desde uma distribuição dos excedentes de petróleo mediante bônus pessoais de US$ 1 milhão até um retorno à essência do projeto bolivariano.

Uma das aspirantes é María Bolívar, de 37 anos, proprietária da padaria Mayami e líder do Partido Democrático Unidos pela Paz e a Liberdade (PDUPL).

Comerciante e mãe de dois filhos, ela se define como uma mulher "de pouco falar e muito fazer" e diz ter certeza de que vai conseguir mais votos do que Chávez, que busca sua terceira reeleição consecutiva, e que Capriles, advogado de 39 anos e ex-governador do estado de Miranda.

"Serei a primeira mulher presidente da Venezuela, tenho certeza. Confio em minha pessoa e lutei muitíssimo", assinalou a candidata do estado de Zulia, que reconhece ter apoiado o atual líder por "muitíssimo anos".

Apostando em uma mudança para combater uma "pobreza horrível e uma insegurança demais terrível também", Bolívar espera dar moradia aos mais necessitados e ganhar a batalha contra a violência "com muito respeito e muito amor".

Institucionalizar a República Cristã da Venezuela é, por outro lado, a prioridade de Luis Reyes, candidato pelo partido ORA (Organização Renovadora Autêntica), quem aposta em um país "cimentado no amor, na paz, na fé e na esperança".

"Anexo a Bíblia ao programa porque ela é a fonte que dá vida ao projeto de governo que nós, cristãos praticantes, temos", declarou Reyes à Agência Efe.

Evangélico de 51 anos, ex-funcionário público, ele se considera o candidato "melhor preparado academicamente" e critica Capriles e Chávez por encarnarem duas faces da mesma moeda: "o capitalismo selvagem e o socialismo primitivo, a polarização entre o mau e o pior, entre o corrupto e o mais corrupto".

Reduzindo os ministérios à metade com pessoas "que trabalhem" unidas a dirigentes das "igrejas majoritárias" do país, seu projeto espera, entre outros, desarmar completamente as forças policiais nacionais.

"Ninguém na República Cristã da Venezuela, ninguém pode nem deve levar armas. Nossa arma tem de ser o amor a Cristo e o amor a Deus", ressaltou.

As candidaturas de Bolívar e Reyes se somam à do sindicalista Orlando Chirinos, que propõe "o verdadeiro socialismo", com uma nacionalização total dos recursos petrolíferos do país, e a da também ex-líder sindical Reina Sequera, do partido Poder Laboral (PL).

Sequera, de 49 anos, comentou à Efe que uma de suas prioridades é impulsionar a "repartição equitativa dos excedentes do petróleo com um bônus de US$ 1 milhão para cada venezuelano" a serem entregues em três fases, além de dar mais estabilidade aos trabalhadores das chamadas missões governamentais.

Também concorre Yoel Acosta Chirinos, que foi companheiro de armas no fracassado golpe de Estado que Chávez liderou em 1992 e um dos fundadores de seu primeiro partido, o Movimento Quinta República (MVR).

O militar retirado, que já em 2000 se distanciou do governo Chávez, destaca a necessidade de resgatar o "projeto original bolivariano" de valores morais e éticos e de "verdadeiro autogoverno popular".

"Uma das coisas que eu não compartilho é a exaltação de Chávez, esse culto à personalidade causou grande dano ao processo", manifestou à Efe Acosta Chirinos ao assegurar que seu objetivo é contribuir para enriquecer o debate eleitoral.

No entanto, o ex-comandante disse que os votos que ele reunir com a Vanguardia Bicentenaria Republicana (VBR) seriam dedicados a Chávez num potencial segundo turno, pois ainda considera o atual líder a melhor garantia para a continuidade do projeto bolivariano.

Cerca de 18,9 milhões de venezuelanos estão cadastrados para escolher em outubro, entre as sete opções de candidatos, o presidente que os representará durante o mandato 2013-2019.

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