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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou na sexta-feira ao centro do cultivo de coca na Bolívia para acompanhar o presidente boliviano, Evo Morales, no lançamento da campanha para reformular a Constituição e assinar acordos energéticos e de cooperação entre os dois países.

Quebrando o protocolo, Chávez e Morales, junto com o vice-presidente de Cuba, Carlos Lage, reuniram-se durante 15 minutos dentro do avião presidencial venezuelano, antes mesmo que Chávez fosse recebido formalmente no quartel antidrogas de Chimoré.

- Há muitos anos sonho em vir ao coração da Bolívia - disse Chávez para dezenas de repórteres no aeroporto da maior base antidrogas da Bolívia. A base é financiada pelos Estados Unidos. - Não me agradeçam, faço tudo por amor à Bolívia, a filha predileta de Bolívar [o herói sul-americano Simón Bolívar] - afirmou Chávez.

O presidente venezuelano foi recebido com honras militares, música e gritaria de centenas de pessoas. Os líderes da Bolívia, Venezuela e Cuba participariam em seguida de um ato público na cidade cocaleira de Shinahota, perto dali.

A visita de Chávez à região de Chapare, de onde vem quase toda a coca boliviana destinada à fabricação de cocaína, parece ter sido organizada para reforçar a estreita colaboração venezuelana com o governo de Morales, que se prepara para as eleições da assembléia constituinte em agosto.

A reforma da Constituição é uma reivindicação antiga dos movimentos sociais bolivianos e uma promessa da campanha de Morales, que pretende "refundar" o país mais pobre da América do Sul.

- Este é um momento em que os povos de Bolívia, Cuba e Venezuela se unem, um momento histórico para a América Latina - afirmou o cubano Lage aos repórteres, visivelmente satisfeito com o calor tropical da região, bem diferente do frio que enfrentou na quinta-feira ao chegar a La Paz.

- Agora somos três, mas estou convencido de que seremos muitos mais - disse, referindo-se ao acordo comercial propagandeado por Bolívia, Cuba e Venezuela em contraposição aos tratados de livre-comércio propostos pelos Estados Unidos.

Desde que tomou posse, em janeiro, Morales converteu-se em aliado de Chávez. O venezuelano deu forte apoio à recente decisão de Morales de nacionalizar o setor de petróleo e gás, e La Paz adiantou que a estatal venezuelana de petróleo PDVSA desembolsará até US$ 1,5 bilhão na Bolívia. Outros grupos de energia paralisaram seus investimentos no país.

A visita de Chávez será concluída na noite de sexta-feira, na capital boliviana, onde ele assinará acordos de cooperação energética e financeira.

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