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Hora de decisão

Chávez e oposição dizem que aceitarão o resultado

Chávez convocou seus eleitores no microblog Twitter, dizendo: “Ataquem!” | Jorge Silva / Reuters
Chávez convocou seus eleitores no microblog Twitter, dizendo: “Ataquem!” (Foto: Jorge Silva / Reuters)

Caracas - Em meio ao comparecimento massivo dos venezuelanos para votar nas eleições legislativas de ontem, governo e oposição procuraram desfazer boatos de que havia movimentação, dos dois lados, no sentido de não reconhecer o resultado do pleito.

O presidente Hugo Chávez fez um discurso de cerca de meia hora após votar no bairro 23 de Enero, reduto governista na periferia de Caracas. "O sistema eleitoral da Venezuela é o mais eficiente e transparente do mundo", disse o presidente ao alegar que no passado partidos de direita "ganhavam e roubavam indiscriminadamente o voto da esquerda".

Um dos principais líderes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ismael García, candidato a uma vaga na Assembleia Nacional, disse que jamais a oposição cogitou em não reconhecer as eleições. "Pedimos respeito ao pleito. Pedimos o fim do uso de aviões do governo, de recursos da PDVSA (a petroleira estatal) e das agressões e violências", criticou o oposicionista. Segundo García, vários líderes da oposição foram agredidos por chavistas quando foram votar.

Tanto os líderes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) como representantes da MUD, que reúne a oposição, fizeram convocações durante todo o dia para que os eleitores saíssem de casa para votar.

"Que todos venham votar que seu voto vai ser respeitado", disse Chávez, alegando que o convite valia também para os opositores.

"Conclamamos a todos a sair de casa e participar desse momento de reafirmação da democracia na Venezuela", apelou María Corina, uma das candidatas da oposição com maiores chances de eleição em Caracas.

As previsões mais otimistas estimavam em 70% o comparecimento às urnas. É um porcentual elevado, considerando que o voto não é obrigatório no país. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) estimou em 65%. Aproxima­damente 17,5 milhões de venezuelanos estavam aptos a votar.

Até o fechamento desta edição, os resultados ainda não eram conhecidos. Muitas sessões de votação ficaram abertas após as 18 horas para atender aos eleitores que aguardavam nas filas.

Durante todo o domingo os eleitores enfrentaram o calor e as filas para votar em Caracas e outras cidades. Falhas na instalação de mesas de votações causaram atrasos de até três horas em alguns centros, mas foram corrigidas. A Justiça Eleitoral e os órgãos de segurança não registraram incidentes graves no processo eleitoral.

Nas eleições de ontem seriam escolhidos 165 deputados da Assembleia Nacional. Os eleitos assumirão em janeiro de 2012 e terão um mandato de cinco anos. Também seriam eleitos 12 representantes do país no Parlamento Latino-americano (Parlatino).

Pesquisas independentes davam como certo que o PSUV perderia a maioria qualificada da Assembleia. A previsão dos institutos era de 50% a 54% dos votos para o governo, o que seria uma vitória apertada. Na quinta-feira, no encerramento da campanha eleitoral, Chávez pediu vitória por nocaute. "Pelo menos 3 por 1", disparou o socialista.

A oposição almeja eleger 70 parlamentares, o suficiente para barrar projetos do governo no Legislativo. Para o diretor do instituto de pesquisa Datanálisis, Luis Vicente León, a decisão estava nas mãos dos 37% de indecisos, que poderiam mudar a balança eleitoral.

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