Bogotá O presidente venezuelano, Hugo Chávez, se reuniu ontem com o líder colombiano, Álvaro Uribe, para discutir como avançar nas negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a respeito dos 45 reféns políticos em poder da guerrilha. O encontro, que ocorreu numa fazenda nas proximidades de Bogotá, coroa os esforços de Chávez para se firmar como o mediador de um acordo humanitário entre o governo colombiano e os rebeldes.
"Eu peço a Deus que possa contribuir nesta troca humanitária, em busca de paz para todos nós", disse Chávez, ao sair de seu avião no aeroporto militar de Catam, em Bogotá.
De acordo com fontes oficiais, a reunião foi assistida pelos chanceleres da Colômbia, Fernando Araújo, e Venezuela, Nicolás Maduro, além da senadora opositora colombiana Piedad Córdoba, aliada de Chávez, e o Alto Comissariado para a Paz do Governo colombiano, Luis Carlos Restrepo.
A embaixada venezuelana divulgou que, depois do encontro com o presidente colombiano, Chávez iria se encontrar com familiares de alguns dos reféns da guerrilha.
As Farc se dizem dispostas a trocar os 45 reféns políticos por 400 rebeldes detidos em prisões colombianas. No entanto, a guerrilha exige que as regiões dos municípios de Pradera e Florida sejam desmilitarizadas para sediar as negociações, condição que o governo colombiano se recusa a aceitar. Como entre os reféns está a franco-colombiana Ingrid Betancourt, ex-candidata às eleições presidenciais na Colômbia, o governo francês foi um dos primeiros a se mostrar disposto a mediar as negociações.
A oferta de Chávez foi feita publicamente pela primeira vez há cerca de 15 dias. Desde então, o líder venezuelano já se encontrou, em Caracas, com parentes dos seqüestrados e disse ter feito contato com o líder máximo das Farc, conhecido como "Manuel Marulanda" ou "Tirofijo" (Tiro Certeiro).