O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que entregará fuzis russos Kalashnikov a uma força civil composta por milhares de cidadãos que lutam contra o "imperialismo" e os conclamou a pegar em armas em caso de uma invasão dos Estados Unidos.
Chávez, que se vê reeleito em dezembro, mantém um enfrentamento verbal com o governo americano, que manifestou preocupação pelas recentes compras militares da Venezuela sob o argumento de modernizar suas forças.
- Assim que acabarmos de fortalecer essas unidades de elite (das Forças Armadas)... os primeiros fuzis Kalashnikov que chegarem a partir dali serão para a Frente Francisco de Miranda - disse ele em um ato na noite de quinta-feira.
A frente, que conta com cerca de 15 mil membros, segundo Chávez, se define em sua página de Internet como "força antiimperialista, disciplinada, dinâmica e organizada; fundamental na luta para erradicar a pobreza em todas as suas manifestações e para alcançar a igualdade social na Venezuela".
Chávez, militar aposentado que ganhou fama após um frustrado golpe de Estado em 1992 e que assumiu a Presidência em 1999, há duas semanas distribuiu às Forças Armadas 30 mil fuzis de assalto Kalashnikov AK-103, o primeiro lote de uma compra de 100 mil unidades.
Os fuzis substituirão os FAL belgas comprados na década de 1950. O restante das armas chegará em duas remessas, em agosto e no fim de 2006.
Às armas
O presidente venezuelano conclamou os membros da Frente Francisco de Miranda a fazer os sacrifícios exigidos pela "revolução" que diz estar conduzindo no país de 26 milhões de habitantes.
Chávez afirmou que eles devem estar preparados em caso de uma invasão, que, segundo, ele está sendo planejada em Washington.
- Se por exemplo o império mericano se atrever, se pensarem em vir aqui invadir a nossa pátria, para tratar de cercear nossa revolução, os 25.000 homens e mulheres da Frente Francisco de Miranda vão às armas ... nós iremos às armas - disse Chávez.
Quando se criou a organização há três anos ela contava com cerca de 25 mil pessoas e agora o total está ao redor de 15 mil, como explicou o próprio presidente.
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