O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expulsou do país a mostra Corpo Humano, por considerá-la macabra e reflexo de uma decomposição moral do mundo. A exposição já rodou 37 países e fez muito sucesso no Brasil.
A técnica criada nos anos 70 pelo alemão Gunther Von Hagens, e aperfeiçoada pelo americano Roy Glover, permite dissecar e plastificar uma infinidade de pequenas partes do corpo humano. Ao sobrepor milhares de tecidos, incluindo ossos, músculos, nervos, vasos e vísceras, a impressão é de observar um corpo vivo, pelo lado de dentro.
A exibição pública de corpos e órgãos verdadeiros, preservados através de um processo de polimerização, já causou polêmicas em vários países, sobretudo, com lideres católicos e judeus. Agora foi a vez do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
- Estamos na presença de algo macabro. São restos humanos diante de nossos narizes. O que é isso? É um sinal muito evidente da imensa decomposição moral que sacode este planeta - acredita o presidente venezuelano.
Chávez disse que a revolução socialista é feita por uma revolução de valores e mandou fechar a empresa organizadora do evento. Corpos e órgãos que faziam parte da mostra não poderão permanecer em território venezuelano. Segundo o presidente, as autoridades alfandegárias foram levadas a acreditar que tudo era de plástico.
A empresa se defende. Diz que a mostra é uma contribuição para o conhecimento do corpo humano e que os corpos entraram na Venezuela da mesma forma que em outros 36 países.
Mais de três milhões de pessoas já visitaram a mostra em todo o mundo. A exposição percorreu Estados Unidos, México, países da Europa, Ásia e América do Sul.