O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu aos seus partidários para começarem a elaborar uma proposta de emenda da Constituição que permita a sua reeleição indefinidamente, denunciando que seus adversários pretendem atentar contra seu governo.
A iniciativa, incluída em uma proposta de reforma constitucional, foi derrotada em um referendo nacional em 2007.
"Eu dou minha autorização ao Partido Socialista Unido da Venezuela, ao povo venezuelano, para que iniciem um debate e as ações para conseguir uma emenda constitucional e a reeleição do Presidente da República", disse Chávez em um ato transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.
"Estou certo de que agora vamos conseguir, vamos mostrar quem manda na Venezuela", disse Chávez, arrancando aplausos da platéia que presenciava a posse de um dos prefeitos eleitos na semana passada.
Chávez disse que seus adversários que venceram as disputas locais - em 5 dos 17 governos regionais e cerca de 20% das prefeituras - se preparam para um atentado contra a "revolução socialista" e contra o povo, que incluiria a criação de províncias autônomas no país de mais de 28 milhões de habitantes.
Além disso, o presidente ameaçou expulsar o Cônsul da Colômbia por uma suposta conversa do funcionário com um assessor do presidente Alvaro Uribe, transmitida na véspera por um programa de televisão oficial.
"A única forma para eu não expulsar esse cônsul em Maracaibo é que o governo da Colômbia o leve rápido: já. Porque senão, eu vou expulsá-lo", disse Chávez.
Na conversa, uma voz atribuída ao cônsul dizia estar muito contente com os resultados das eleições na Venezuela e falava da cooperação dos governadores opositores dos estados fronteiriços de Zulia e Táchira, sem dizer quais os planos discutidos. Segundo Chávez, trata-se de projetos "separatistas".