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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, revelou nesta quarta-feira que em breve iniciará o segundo ciclo de quimioterapia para tratamento de um câncer e comentou que "provavelmente" precisará de um terceiro. Chávez falou sobre o tratamento em um pronunciamento à nação.

Chávez, que reduziu consideravelmente o ritmo de sua agenda de trabalho durante o processo de recuperação, parecia descontraído brincou com as especulações referentes à gravidade de seus problemas de saúde e disse não haver nenhuma possibilidade de renúncia por conta disso.

"Eles dizem que estou promovendo um espetáculo, mas são eles que estão promovendo um espetáculo, um espetáculo macabro", afirmou Chávez, que no sábado retornou à Venezuela depois de ter passado uma semana sendo submetido a quimioterapia em Cuba.

Ele criticou a opositores que o têm acusado de "aproveitar-se" da doença para angariar simpatia e apoio político nos meses que antecedem a campanha para as eleições presidenciais na Venezuela previstas para o ano que vem. No início da semana, Chávez declarou a um jornal venezuelano que a doença não o impedirá de sair candidato à reeleição.

Vestindo seu tradicional uniforme militar verde-oliva, Chávez declarou-se otimista com relação a seu estado de saúde. Ao longo do mês passado, quando passou quase um mês em Cuba depois de ser submetido a cirurgia para retirada de um abscesso na pelve, o fato de ele ter ficado muito tempo longe dos holofotes alimentou muitas especulações sobre sua saúde.

Chávez até agora não expôs muitos detalhes sobre a doença nem revelou o tipo de câncer que foi diagnosticado, mas relatou que médicos removeram um tumor do tamanho de uma bola de beisebol de sua pelve durante uma cirurgia em Havana em 20 de junho. Na fala de hoje, Chávez negou ter feito colostomia.

Enquanto o próprio Chávez e seus aliados asseguram que sua saúde é boa o bastante para liderar o país, deputados de oposição têm exigido mais informações sobre os prognósticos da saúde do presidente e contestam a legalidade de ele ter governado do exterior enquanto recebia tratamento em Cuba.

"Estou começando uma nova vida", afirmou o presidente venezuelano, que amanhã completará 57 anos de idade.

Chávez aproveitou o pronunciamento para desqualificar comentários recentes do presidente do chefe de Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, que manifestou preocupação com as relações cada vez mais profundas entre a Venezuela e o Irã.

O líder do país sul-americano recorreu a uma expressão idiomática local que pode ser grosseiramente traduzida como "vá para o inferno" e recomendou aos EUA que parem de interferir em assuntos de outros países. "Vão se preocupar com os problemas do seu império em declínio", ironizou. As informações são da Dow Jones.

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