Venezuela e Irã continuarão trabalhando juntos para "frear a loucura imperialista", disse nesta segunda-feira (9) o presidente Hugo Chávez, ao receber em Caracas seu "irmão", Mahmud Ahmadinejad, que iniciou um giro por quatro países da região, hostis a Washington.
"Há vontade de que nossos governos continuem a trabalhar juntos (...) para frear a loucura imperialista que agora se desatou como nunca antes em muito tempo e com um poder terrível, ameaçador", advertiu Chávez no pátio do Palácio Miraflores, sede da presidência, onde o chefe de Estado iraniano foi recebido com honras militares.
"Hoje o povo venezuelano e o iraniano estão em um caminho de luta contra toda a avareza e a arrogância do imperialismo", disse Ahmadinejad durante o ato, transmitido por rede de rádio e televisão.
Chávez e Ahmadinejad, que fortaleceram uma aliança nos últimos anos, marcada por uma hostilidade comum com relação a Washington, se cumprimentaram como "irmãos", antes de uma reunião na qual revisarão acordos bilaterais.
Giro
O presidente iraniano chegou na noite de domingo (8) à Venezuela, na primeira escala de um giro regional, que também o levará nos próximos quatro dias a Nicarágua, Cuba e Equador.
"Estamos verdadeiramente felizes hoje, dando as boas vindas a um verdadeiro irmão desta casa, desta pátria, deste povo. Abrimos o nosso coração, o nosso espírito fraterno para lhe dar as boas vindas", afirmou Chávez.
Venezuela e Irã, ambos membros da Opep (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo), mantêm acordos econômicos que beiram os 5 bilhões de dólares e convênios para estabelecer em terras venezuelanas fábricas de cimento, satélites, alimentos, tratores e bicicletas, essencialmente.
O giro de Ahmadinejad, que viaja acompanhado de seu chanceler e ministros de Economia, Comércio e Energia, ocorre em clima de tensão crescente entre Teerã e o ocidente, devido ao controverso programa nuclear iraniano.
Nesta segunda-feira, a República Islâmica anunciou ter realizado atividades de enriquecimento de urânio em uma nova usina a sudoeste de Teerã, o que representa uma "nova escalada" na controvérsia, avaliou Washington.
O enriquecimento de urânio foi feito sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo que confirmou posteriormente esta informação.
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