Médicos removeram "completamente" uma lesão na pélvis do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ele está "em boa condição física" após cirurgia realizada durante a noite em Cuba, disse nesta terça-feira (28) o vice-presidente venezuelano, Elías Jaua. "Foi realizada a extração total da lesão pélvica diagnosticada. Não houve complicações relacionadas com os órgãos locais. O pós-operatório imediato tem sido estável clinicamente sem complicações sistêmicas. Ele se recupera adequadamente", afirmou Jaua, acrescentando que o líder socialista estava em contato direto com o governo em Caracas. O vice-presidente leu um comunicado dando detalhes sobre a cirurgia de Chávez diante da Assembleia Nacional, dizendo que o resultado foi "satisfatório". Uma fonte médica próxima à equipe que o tratou em Caracas disse que a cirurgia durou 90 minutos. Jaua garantiu que Chávez deverá começar o tratamento de recuperação e acrescentou que nas próximas horas serão analisados os tecidos que foram removidos. O próprio presidente alertou na semana passada que há elevadas possibilidades de que a nova lesão seja cancerígena. Chávez, de 57 anos, voltou a Havana na semana passada para mais uma cirurgia, após reiteradas afirmações de que estava curado depois de dois procedimentos realizados no ano passado. Isso alimentou dúvidas com relação à sua capacidade de fazer campanha para a reeleição em outubro - ou de governar, caso vença. O governo Chávez respondeu às críticas sobre o sigilo cercando seu estado de saúde nomeando na semana passada a ministra da Saúde Eugenia Sader como sua porta-voz para o assunto. Antes de viajar na sexta-feira, Chávez disse que precisaria fazer uma cirurgia para retirar uma lesão provavelmente maligna na pélvis, onde um grande tumor canceroso foi removido em junho. Ele também disse que poderia precisar de radioterapia depois da cirurgia, trazendo a perspectiva de outra longa convalescença. O estado de saúde de Chávez pode atrapalhar a sua campanha pela reeleição, em que normalmente ele percorreria o país sul-americano até a votação de 7 de outubro, quando disputará com o candidato da oposição Henrique Capriles, um governador de 39 anos. Antes do anúncio de que precisaria ser operado novamente, as pesquisas de opinião mostravam os venezuelanos divididos, com um terço pró-Chávez, um terço pró-oposição e um terço indeciso.

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