O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em busca de sua terceira reeleição consecutiva, afirmou neste domingo (01) que na campanha para as eleições de 7 de outubro serão decididos "os próximos 100 anos" do país, e apostou que o resultado das urnas será "outro nocaute fulminante" na burguesia.
"Nos próximos 100 dias serão decididos os próximos 100 anos venezuelanos", afirmou Chávez em discurso para milhares de seguidores que se concentraram na cidade de Maracay no ato de lançamento da campanha.
O governante, de 57 anos e em ecuperação de um câncer de natureza não divulgada, encerrou em Maracay uma passeata eleitoral de 18 quilômetros iniciada na cidade de Mariara, no estado vizinho, de Carabobo.
Até 4 de setembro, Chávez e seu principal rival, Henrique Capriles, candidato da oposição unida, assim como cinco candidatos minoritários, terão pouco mais de dois meses para convencer os eleitores de que lhes deem sua confiança para presidir o país.
O presidente venezuelano afirmou que essa é a "quinta campanha" que realiza desde 1998, quando chegou pela primeira vez à presidência, e usou um conhecido refrão da música popular venezuelano, "no hay quinto malo" (não há quinto mau), para garantir que a inicia nas "melhores condições" possíveis.
Chávez afirmou que entre ele e Capriles, a quem chama de "pouca coisa", "a diferença neste momento não é inferior a 20 pontos", mas ainda assim lutará "dia a dia" e "noite a noite" para arrebanhar esses "dez milhões de votos em 7 de outubro".
"Dez milhões de votos e dar outro nocaute fulminante na burguesia", acrescentou o governante, que deixou para seus seguidores a tarefa de "convencer os indecisos", assim como os novos eleitores.
De Maracay, o líder se dirigiu a seus opositores para dizer que "estão derrotados" desde já e pediu respeito ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e à Força Armada que se encarrega de fazer a guarda das eleições. "Se eles pensam em um plano B, nós já temos o plano CH, portanto nem pensem", acrescentou o presidente.
Em seguida, o governante afirmou que como candidato ele não é Chávez, mas sim o povo venezuelano, e que juntos são "milhões", usando uma expressão peronista.
"Chávez já não sou eu, Chávez é um povo, Chávez somos milhões; você também é Chávez, mulher venezuelana; você também é Chávez, jovem venezuelano; você também é Chávez, criança venezuelana; você também é Chávez, soldado venezuelano; vocês também são Chávez, pescador, agricultor, camponês, comerciante", proclamou.
"Por isso é que, façam o que me fizerem, aconteça o que me acontecer, pois sou um simples ser humano, não poderão com Chávez nunca, jamais, porque Chávez não sou eu, Chávez é um povo invencível (...) e esse povo que aqui está somos milhões", complementou.
O esquerdista previu um "nocaute fulminante não só à burguesia sul-americana, mas ao império americano" e sentenciou que "a Venezuela é mais uma vez, como acontece há 200 anos, o epicentro de uma batalha internacional".
"Aqui na Venezuela também está sendo jogado, de muitas maneiras, o futuro da humanidade entre capitalismo ou socialismo", sustentou.
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