A ameaça de nacionalização das empresas de telecomunicações e do setor elétrico na Venezuela, feita pelo presidente Hugo Chávez, abre mais uma página do populismo latino-americano tão em voga ultimamente na região. Disposto a encampar o denominado "socialismo do século 21", o presidente venezuelano abre seu "forjado" terceiro mandato com a promessa de radicalizar suas ações em prol do populismo manipulador das massas menos favorecidas que balizam essas ações a troca de programas assistencialistas e de subsistência.
Com esse tipo de medidas duas coisas básicas podem-se esperar: 1) uma fuga em massa do, já fraco, nível de investimento externo direto (IED) e 2) um descrédito generalizado pelos contratos a serem formalizados, não só nesse país, como na América Latina como um todo.
Chávez se aproveita das receitas econômicas que a venda do petróleo proporciona a seu país, desafiando inclusive a hegemonia americana (como esquecer do seu discurso na sede das Nações Unidas, onde chamou o próprio presidente americano de demônio), para efetivar seus programas assistencialistas, que no fundo, não têm nenhum objetivo de desenvolvimento econômico e sim de conseguir viabilizar, por mais tempo, seu projeto individual de poder.
Pelo visto teremos mais cinco anos de um governo pautado pelo autoritarismo (não esquecer que o Congresso é tomado pelo oficionalismo, depois da desistência da oposição nas últimas eleições) e pela tendência a uma absoluto controle das telecomunicações e setores que possam colocar em risco a viabilização da denominada "Repú-blica Socialista da Venezuela".