O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse neste domingo ao governo norte-americano que ``vá para o inferno'', após Washington ter questionado o plano dele de buscar poderes especiais para legislar por decreto como parte de sua revolução socialista.

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Chávez, um aliado de Cuba reeleito no primeiro turno em dezembro, lançou neste mês uma ampla campanha para consolidar seu poder com a nacionalização de indústrias-chave, a tentativa de expansão dos poderes executivos e a pressão por reeleições presidenciais ilimitadas.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse na sexta-feira que os planos de reforma de Chávez causaram ``certa preocupação''.

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``É um direito soberano da Venezuela, mas certamente... um pouco estranho em termos de um sistema democrático.''

Durante seu programa dominical, Chávez disse que a Venezuela tem autoridade legal. ``(...) vão para o inferno gringos! Voltem para casa! Voltem para casa!'', disse Chávez. ''Somos livres aqui, e a cada dia seremos mais livres.''

A legislatura venezuelana deve aprovar sem vetos nesta semana a Lei Habilitante que dará a Chávez 18 meses para decretar leis.

O ex-soldado afirmou que usará os poderes ampliados para acabar com a autonomia do banco central, criar uma força policial nacional e ampliar o controle estatal sobre a indústria de petróleo do país, que fornece cerca de 11 por cento do óleo importado pelos EUA.

Chávez também planeja reformar a Constituição nacional, reescrita em 1999 em uma campanha liderada por ele mesmo, para aumentar o controle estatal sobre a economia e retirar o limite de dois mandatos para os presidentes.

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Chávez -que no último ano chamou o presidente norte-americano, George W. Bush, de ``demônio'' durante um discurso na Organização das Nações Unidas (ONU)- frequentemente critica funcionários do governo dos EUA e descreve o país como um império decadente.

Os EUA o classificam como uma força negativa na região e criticam seu relacionamento próximo com inimigos da Casa Branca, incluindo Cuba, Irã e Síria.