O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira que planeja nacionalizar a indústria aurífera do país numa tentativa de controlar a produção e aumentar as reservas internacionais de ouro do país. Falando por telefone à televisão estatal, Chávez disse que apresentará um novo decreto nos próximos dias para colocar a exploração e extração do ouro nas mãos do governo.
Será "um decreto para tomar o setor do ouro", o qual ainda permanece nas mãos de uma "máfia e de contrabandistas", disse Chávez. "Nós não temos apenas a riqueza do petróleo, nós temos aqui uma das maiores reservas auríferas do mundo (...), vamos transformá-las em nossas reservas internacionais porque o ouro está se valorizando".
A medida foi anunciada um dia após documentos obtidos pelo Wall Street Journal terem mostrado que o governo venezuelano planeja transferir bilhões de dólares das reservas em dinheiro no exterior para bancos na Rússia, China e Brasil, e toneladas de ouro dos bancos europeus para o seu próprio Banco Central. De acordo com os documentos, o país sul-americano planeja movimentar 211 toneladas de ouro que atualmente guarda no exterior, ao valor de US$ 11 bilhões, para o Banco Central em Caracas, onde o governo mantém as remanescentes 154 toneladas de ouro.
Impacto
O anúncio de Chávez deve ter impacto limitado sobre o preço do metal. "A Venezuela não é um grande produtor de ouro, não está nem entre os 22 maiores", disse Bart Melek, chefe de estratégia de commodities da consultoria e corretora TD Securities. "Se eles nacionalizarem o setor, veremos uma oferta menor. É positivo, mas não um positivo massivo (para os preços do ouro) porque eles não são um produtor gigantesco", afirmou. As informações são da Dow Jones.
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