Brasília O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que não acredita na "exportação" para a América do Sul do projeto de "Socialismo do Século 21" proposto pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Amorim contestou as avaliações de que as medidas anunciadas por Chávez na semana passada estão orientadas para a construção de um modelo autárquico. Acentuou que o Mercosul terá de aprender a conviver com os diferentes sistemas de gestão da economia adotados por seus sócios e reiterou, pelo menos quatro vezes, que o Brasil não aceitará a imposição de um outro modelo estatizante para a sua economia.
Ontem, diplomatas de vários países se reuniram no Rio de Janeiro para falar da agenda da Cúpula do Mercosul, que começa amanhã na cidade.
No encontro preparatório, foram discutidos os cinco pontos prioritários do evento: entrada da Bolívia no bloco, detalhamento do ingresso da Venezuela, maior participação dos menores países e negociações externas .
O governo brasileiro afirmou ontem que apoiará no encontro a adesão plena da Bolívia ao Mercosul, com "facilidades temporárias". Ontem à noite, estava prevista a chegada de alguns dos chefes de Estado sul-americanos ao Rio de Janeiro.