Assunção O vice-chanceler venezuelano para a América Latina e o Caribe, Rodolfo Sanz, afirmou ontem, em Assunção, que o presidente de seu país, Hugo Chávez, não tem que se desculpar ao Senado brasileiro, que será responsável por aprovar o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Sanz participou da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), que definiu a agenda da cúpula de chefes de Estado do bloco sul-americano, a ser realizada hoje.
Chávez chamou o Senado brasileiro de "papagaio" de Washington, depois que senadores pediram que o presidente venezuelano reconsiderasse sua decisão de não renovar a concessão da emissora "Radio Caracas de Televisión" ("RCTV").
Chávez, disse o vice-chanceler, respondeu de forma política a uma "ingerência em assuntos internos" do país, por uma decisão do Governo venezuelano que se ajusta à Constituição nacional. Após assegurar que a Venezuela é um dos países onde há mais liberdade de imprensa, Sanz afirmou que seu Governo não pode "aceitar esta ingerência".
O vice-chanceler acrescentou que os senadores brasileiros "terão que se explicar frente a seus eleitores" se não aprovarem o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Sanz destacou ainda que os Governos do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai aceitaram a Venezuela como membro de pleno direito, o que já foi ratificado pelos Parlamentos argentino e uruguaio.
O presidente da Venezuela não participará hoje da reunião de cúpula. Ele viajou para a Rússia e o Irã. Em Moscou, durante encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, Chávez disse que o "imperialismo americano" pode acabar com o mundo e que a compra de armas não é sua única prioridade no país.
Hoje Chávez viajará para a Belarus, para negociar vários projetos de cooperação econômica e militar, e amanhã chegará à cidade russa de Rostov para visitar uma fábrica de helicópteros.
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