O presidente venezuelano, Hugo Chávez, revelou no domingo que uma reunião com representantes de guerrilheiros colombianos marcada para 8 de outubro foi adiada por questões de segurança e pediu ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que o ajude na realização do encontro.
Chávez assumiu o papel de mediador em um possível acordo para a troca de dezenas de sequestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) -- entre eles a cidadã franco-colombiana e ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e três cidadãos norte-americanos -- por centenas de guerrilheiros presos em penitenciárias da Colômbia.
Esperava-se que a reunião acontecesse na segunda-feira no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.
"A reunião que foi anunciada para a manhã do dia 8 (de outubro) foi suspensa, sobretudo por questões de falta de segurança", disse Chávez em seu programa dominical de rádio e televisão "Alô Presidente".
"Creio que o governo do presidente Uribe deve ajudar-nos nesse sentido", disse o governante, para quem as declarações do ministro da Defesa da Colômbia de que as Farc deveriam movimentar-se "por sua conta e risco" para comparecer à reunião não foram de grande ajuda.
Chávez também agradeceu a Uribe por ter dado a oportunidade de ser mediador e acrescentou: "Agora peço a sua ajuda".
Os dois presidentes também vão se encontrar em 12 de outubro na Colômbia para tratar de temas energéticos e de integração.
"Creio que o governo da Colômbia deve facilitar, e não atrapalhar a reunião", disse Chávez.
Chávez afirmou que há setores na Colômbia decididos a impedir a mediação, que visa chegar a um acordo humanitário com as Farc, o grupo guerrilheiro mais antigo da América Latina, que conta com cerca de 17 mil combatentes.
Durante o programa de rádio, Chávez enviou saudações a Uribe e Manuel Marulanda, líder das Farc, reiterando que espera que a reunião possa acontecer. Chávez também sugeriu que Uribe disponibilize um avião para Marulanda viajar à Venezuela.