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Venezuela

Chávez pretende propor reeleição por tempo indefinido

O presidente venezuelano Hugo Chávez, candidato à reeleição, afirmou nesta quinta-feira que sua vitória é certa nas eleições deste domingo e disse que vai propor a mudança na Constituição para permitir sua reeleição por tempo indefinido.

"Isso não é ditadura, é democracia", afirmou o presidente. Isso porque, segundo ele, a mudança será decidida pela população, por meio de um referendo, e não deve valer apenas para ele, mas para todos os que cheguem à Presidência.

Todas as alterações na Constituição precisam ser submetidas a plebiscito depois de aprovadas no Congresso.

A Constituição atual, aprovada em 1999, só permite uma reeleição. A primeira eleição de Chávez, em 1998, está fora desta regra.

Chávez apresentou a proposta de mudança como uma resposta "a esta oposição golpista, fascista", como definiu, e disse que começou a pensar no assunto quando a oposição se retirou da eleição legislativa do ano passado.

Com o boicote da oposição, Chávez conseguiu eleger 100% do Congresso.

Apoio de Lula

O presidente venezuelano também falou do apoio que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando o brasileiro participou, há pouco mais de duas semanas, da inauguração de uma ponte no sul da Venezuela.

Na época, Lula fez um discurso de improviso apoiando a reeleição de Chávez.

"Algumas pessoas se incomodaram, mas o que Lula disse é verdade", afirmou.

Ele confirmou que irá ao Brasil na próxima quarta-feira, já dando como certa sua reeleição.

"Como ele (Lula) veio para cá reeleito, foi o primeiro país que visitou, eu vou a Brasília, se Deus permitir. Lula me convidou a jantar no dia 6 e no dia 7 vamos trabalhar o dia todo com nossas equipes", afirmou.

Ele disse que os dois vão trabalhar em projetos de integração regional, como a Petrosul e o Banco do Sul.

Depois, seguem para a reunião da Comunidade da América do Sul (Casa) em Cochabamba, na Bolívia.

"Estamos dispostos a acelerar os projetos de integração", afirmou. "O espaço sul-americano é vital para nós. Para nos integrarmos neste mundo de hoje com a possibilidade de implementar nosso desenvolvimento, nossa soberania, temos que nos unir primeiro."

Agendas

O presidente Hugo Chávez fez as declarações numa entrevista coletiva com jornalistas venezuelanos e estrangeiros no palácio do governo, onde a eleição foi o tema principal.

O coordenador de imprensa da campanha de Chávez, Martin Pacheco, nega que exista uma mistura entre as agendas de presidente e de candidato, mas admite que a entrevista desta quinta-feira era de candidato.

"É uma situação sui generis que existe com o presidente da República, porque seu deslocamento exige uma segurança especial. É por isso que se fez a coletiva dentro do palácio do governo. Deveria ser feita fora, mas por este motivo foi no palácio", disse Pacheco à BBC Brasil.

Ele disse que "não há a menor possibilidade" de que haja fraude nas eleições, e ameaçou com punições quem desrespeitar a legislação eleitoral venezuelana, que proíbe a divulgação de pesquisas de intenção de voto ou de boca de urna desde domingo passado até o fechamento das urnas, previsto para 16h (18h de Brasília) de domingo.

Último comício

Nesta quinta-feira Chávez fez seu último comício, no Estado Bolivar.

O principal candidato da oposição, Manuel Rosales, já encerrou seus comícios na quarta-feira e nesta quinta promove em todo o país um "apitaço", segundo ele para comemorar de forma antecipada a vitória no domingo.

No mesmo horário, às 22h, Chávez dá uma entrevista ao canal estatal de televisão.

A campanha se encerra oficialmente às 6h desta sexta-feira.

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