O governo venezuelano proibiu ontem o uso de eletricidade em placas e avisos publicitários luminosos como parte do plano de emergência decretado nesta semana pelo Executivo para fazer frente à crise energética.
O Ministério de Energia Elétrica decretou resolução pela qual proíbe o uso de eletricidade nos "sistemas de publicidade contidos ou promovidos em placas e avisos publicitários luminosos", de acordo com o Diário Oficial do país.
A resolução também proíbe o uso de energia nos avisos e placas localizados em vias públicas, mas excetuou as farmácias, centros de saúde e as instalações de segurança.
O governo informou que as novas proibições permanecerão vigentes "até que se supere a situação de emergência" e que o não cumprimento da regulação pode acarretar no "corte do serviço elétrico de forma indefinida".
No início da semana, o presidente Hugo Chávez decretou estado de emergência elétrica no país para agilizar a aquisição de novos equipamentos, em meio à crise gerada pela seca na represa de Guri, a maior geradora de eletricidade do país, e as deficiências do sistema termoelétrico.
Baixa
Ainda ontem, o ministro da Saúde venezuelano, Carlos Rotondaro, renunciou ao cargo. Caso a saída seja confirmada, será o quarto membro do alto escalão a deixar o governo Hugo Chávez nas últimas semanas. A suposta saída de Rotondaro foi atribuída pelo jornal El Universal à sua insatisfação com a ingerência de cubanos em posições estratégicas do ministério. Médicos e funcionários de saúde enviados pelo regime de Raúl Castro são os principais coordenadores de um dos programas sociais mais populares de Chávez, que mantém postos de saúde nas áreas mais pobres do país.
O mais cotado para substitur Rotondaro é Luis Reyes Reyes, ministro da Secretaria do Despacho da Presidência. Militar como Chávez, é um dos colaboradores com mais trânsito junto ao presidente venezuelano.
No último dia 25, Ramón Carrizález, um dos colaboradores mais próximos de Chávez desde o início de seu governo, em 1999, renunciou aos cargos de vice-presidente e ministro da Defesa.
Com Carrizález, deixou o governo a ministra Yuribí Ortega, sua mulher. Em seguida, foi a vez de o presidente do recém-estatizado Banco de Venezuela, Eugenio Vásquez. As seguidas renúncias ocorrem num momento em que a Venezuela atravessa uma grave crise energética, levando o governo nacional a adotar uma série de medidas, que incluem cortes de até quatro horas no fornecimento elétrico.
A estatal venezuelana de energia, a Edelca, instou os seus funcionários a pedirem a intervenção divina, participando amanhã de uma cerimônia religiosa chamada "Clamor a Deus pelo Setor Nacional de Eletricidade".