Buenos Aires O presidente Néstor Kirchner terá que presidir em julho (dias 20 e 21) uma reunião de cúpula dos países do Mercosul que promete ser turbulenta. No convescote presidencial que será realizado na cidade argentina de Córdoba, Kirchner terá que lidar com uma presença mais ostensiva que a costumeira nestas cúpulas por parte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que está à procura de maior protagonismo na região. Chávez está negociando uma promoção do status quo da Venezuela, para transformá-la em breve em sócia plena "100%" do Mercosul.
Na cúpula anterior, realizada em Montevidéu, Uruguai, os países do bloco do Cone Sul definiram a Venezuela como "sócio pleno", embora com a ressalva de estar "em estado de adesão". Chávez quer agora um "upgrade" para seu país - se ser "pleno 100%" posição que lhe permita mais influência e peso regional. Esse "upgrade" começou a ser discutido ontem em Buenos Aires.
Além disso, Kirchner terá que lidar com a eventual ausência do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, com o qual mantém um duro confronto desde meados do ano passado por causa da "Guerra da Celulose".
O presidente Chávez anunciou o abandono ao Grupo dos Três (formado pela Venezuela, Colômbia e México) argumentando que os outros dois países haviam dado uma guinada "para o mais puro neoliberalismo". Ele sustenta que a decisão foi tomada para "reforçar a entrada no Mercosul". O afastamento da Venezuela da Comunidade Andina de Nações, anunciado há um mês, deve ser formalizado ainda este ano.