O governo da Veneuzela vai buscar uma redução do valor do dólar paralelo, que flutua de acordo com a livre oferta e demanda, e levá-lo a 4,30 bolívares, preço equivalente a uma das taxas fixadas após a recente desvalorização, anunciou o presidente Hugo Chávez. "O plano que temos é levar o paralelo a 4,30, reduzi-lo até o nível do dólar petroleiro, e vamos conseguir", disse Chávez em sua mensagem anual na Assembleia Nacional (Parlamento).
Na semana passada, o governo anunciou a desvalorização da moeda local, o bolívar, que tinha cotação fixa de 2,15 por dólar desde 2005. A Venezuela tem agora duas cotações oficiais do dólar: 2,60 para produtos de primeira necessidade, remessas e importações do setor público; e 4,30 para os demais produtos e a venda dos dólares obtidos com o petróleo, que foi batizado pelo governo como "dólar petroleiro".
"Mentira"
Chávez também tentou rebater as críticas ao afirmar que a medida não é uma desvalorização e que é "mentira" afirmar que os venezuelanos perderam grande parte do poder aquisitivo. O presidente venezuelano afirmou ainda que pretende aplicar reajustes de 10 e 15% ao salário mínimo. "Isto vai elevar o salário mínimo a quase 1.200 bolívares (462 dólares com a taxa cambial de 2,6 ou 279 a 4,3 bolívares por dólar)", explica Chávez.
O salário mínimo está fixado atualmente em 959 bolívares. Em 2009, a inflação no país foi de 25,1%. O governo prevê um índice de 20 a 22% para este ano, mas analistas acreditam que pode superar 30%.