![Acompanhados pela filha de Hugo Chávez, os presidentes da Venezuela e da Argentina se cumprimentam durante encontro em Buenos Aires | Daniel Garcia/AFP](https://media.gazetadopovo.com.br/2011/03/30-chavez-1.0.75631428-full.jpg)
Buenos Aires - Apontado como responsável pelo fechamento de veículos de comunicação na Venezuela, o presidente Hugo Chávez foi condecorado ontem na Argentina com um prêmio de jornalismo por seu apreço à liberdade de imprensa e por incentivar a comunicação popular. O presidente venezuelano recebeu da faculdade de jornalismo da Universidade Nacional de La Plata o Prêmio Rodolfo Walsh.
De acordo com Florencia Saintout, professora da universidade, o prêmio a Chávez partiu da central dos estudantes com o objetivo de reconhecer seu esforço em "dar a palavra aos sem- voz, citando a criação da rede Telesur, de viés bolivariano.
Aos gritos de "viva Guevara!, "viva Perón! e "viva Néstor Kirchner!, Chávez recebeu o prêmio afirmando que ele é uma resposta "à dominação e à hegemonia imperialistas. "A ditadura midiática da burguesia não vai me intimidar, bradou ele.
O prêmio causou polêmica na Argentina, principalmente pelo momento em que foi concedido. No último domingo, por causa de bloqueio de sindicalistas ligados ao governo Cristina Kirchner, os jornais Clarín e Olé não circularam. O La Nación também foi afetado.
Os jornais, críticos ao kirchnerismo, se queixam de que o governo incentiva e adota medidas com o objetivo de sufocá-los.
Polêmicas
Hugo Chávez tem um longo histórico de conflitos com os meios de comunicação da Venezuela. Sua atitude já foi condenada por algumas organizações internacionais. Segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o governo venezuelano fechou 32 emissoras de rádio e atua para "intimidar a mídia".
O Prêmio Rodolfo Walsh é concedido pela universidade desde 1997 a personalidades da Argentina ou da América Latina que lutaram pela liberdade e democracia.