O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pressionou nesta quarta-feira pela exclusão de Honduras de uma cúpula entre a União Europeia e a América Latina neste mês, dizendo que vários líderes regionais irão se abster de participar se a organização insistir em convidar o presidente hondurenho, Porfirio Lobo.
Lobo foi eleito num pleito organizado pelo governo de facto que tomou posse em Honduras após o golpe militar que depôs o presidente Manuel Zelaya em 2009. Vários países latino-americanos não reconheceram o golpe nem o governo eleito posteriormente. Outros condenaram o golpe, mas já reconheceram o novo mandatário.
Durante visita oficial à República Dominicana, onde Zelaya está desde janeiro como hóspede de honra, Chávez reiterou o pedido da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para que seu aliado seja restituído. "Talvez haja exceções, mas a Unasul não estará presente", disse Chávez.
"Respeitamos todos os governos que reconhecem o governo de Honduras, mas como disse ontem Pepe Mujica (presidente do Uruguai), não estamos pedindo muito, só que restituam a Manuel Zelaya (...) todos os seus direitos políticos e cidadãos, que lhe permitam retornar, é só o que pedimos, não pedimos o céu nem nada."
A cúpula de 17 e 18 de maio acontecerá na Espanha, e a expectativa é de avanços em acordos comerciais que vêm sendo negociados há anos, inclusive um com a América Central, do qual Honduras participa.
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse na terça-feira após um encontro da Unasul que a organização da cúpula cometeu uma "leviandade" ao convidar Lobo, e também ameaçou não ir a Madri.
Durante a visita a Santo Domingo, Chávez formalizou a aquisição de uma refinaria dominicana pela PDVSA, empresa estatal de petróleo da Venezuela, por 133 milhões de dólares.
O acordo prevê a modernização e ampliação da refinaria, que tem capacidade de 34 mil barris por dia e está situada estrategicamente no centro do Caribe.
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