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Venezuela

Chávez tira do ar emissora de tevê oposicionista

Venezuelas foram às ruas no sábado para protestar contra Hugo Chávez | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Venezuelas foram às ruas no sábado para protestar contra Hugo Chávez (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Atendendo a uma ordem do presidente Hugo Chávez, a autoridade venezuelana de regulação de tevês a cabo e por satélite suspendeu ontem a transmissão da emissora Radio Caracas Tele­­visión Internacional (RCTV), abertamente antigoverno. A de­­cisão, condenada pelos Estados Unidos e pela oposição, soma-se a uma longa lista de ataques à imprensa por parte de Chávez e acirra tensões políticas no país, que está envolto numa crise ener­­gética e econômica.

A Comissão Nacional de Tele­­comunicações da Venezuela (Co­­natel) cortou à meia noite de domingo o sinal da RCTV, alvo principal de uma medida que atingiu outras três emissoras privadas. O governo alega que a emissora descumpriu a nova le­­gislação do setor que entrou em vigor na semana passada, obrigando todos os canais com ao menos 70% do conteúdo produzido na Venezuela a transmitirem programas oficiais sempre que as autoridades pedirem. No sábado, a emissora oposicionista se recusou a transmitir um discurso dirigido por Chávez a simpatizantes.

A imprensa oficial afirma que as quatro emissoras visadas pelo corte poderão retomar as transmissões desde que se comprometam a respeitar os termos da le­­gislação em vigor.

Um dos canais mais populares na Venezuela, a RCTV havia migrado para a tevê a cabo em 2007, quando o governo decidiu não renovar a licença do canal para transmitir na tevê aberta. A razão alegada por Chávez foi o suposto apoio da RCTV ao golpe de Estado que tentou, em vão, derrubá-lo em 2002.

Crise

A Venezuela registrou em 2009 uma queda de 2,9% do PIB, na primeira recessão em cinco anos. O país sofre também com um ra­­cionamento de energia, que obri­­gou o governo a reduzir o horário das repartições públicas e do funcionamento de shopping cen­­ters. Chávez pediu que os venezuelanos tomassem banho de três minutos e usassem lanternas para ir ao banho à noite co­­mo formas de diminuir o consumo. Para os críticos, a culpa é dos atrasos nos investimentos.

No sábado, dezenas de milhares de venezuelanos foram para as ruas de Caracas culpando Chá­­vez pelos crescentes blecautes, racionamento de água, aumento da criminalidade e outros problemas que estão dificultando de forma expressiva a rotina diária dos cidadãos.

Acenando bandeiras da Vene­­zuela, os manifestantes acusaram Chávez de levar o já politicamente dividido país da América do Sul para dentro de uma grave crise à medida que ele está acelerando seu plano em transformar o país em um estado socialista.Os simpatizantes de Chávez também foram para as ruas de­­fender o líder socialista, que en­­frenta muitas críticas e uma crescente oposição antes da próxima eleição do Congresso. Cerca de 5 mil policiais e tropas da Guarda Nacional foram colocados na rota dos protestantes para evitar que os rivais se en­­frentassem du­­rante o dia. Não houve registros de prisões ou violência.

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