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Mianmar

Chefe da Junta Militar se reúne com enviado da ONU nesta terça-feira

O presidente do Equador, Rafael Correa, comemora a provável vitória de seu partido nas eleições para a Assembléia Constituinte | Reuters
O presidente do Equador, Rafael Correa, comemora a provável vitória de seu partido nas eleições para a Assembléia Constituinte (Foto: Reuters)

O chefe da Junta Militar birmanesa, o general Than Shwe, vai se reunir nesta terça-feira com o enviado especial da ONU para Mianmar, Ibrahim Gambari, que pedirá o fim da violenta repressão aos protestos populares. Nesta segunda-feira, a mídia birmanesa informou que, pelo menos, três jornalistas desapareceram em Mianmar. Os jornais temem que eles estejam presos por suspeita de envolvimento nos protestos.

Shwe, um especialista em guerra psicológica, demorou dois dias para dizer se receberia Gambari, quase fazendo uma desfeita ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que enviou o diplomata ao país asiático para defender a contenção e o diálogo junto aos generais birmaneses.

A conversa com Than Shwe, de 74 anos, permitirá o mínimo esperado por Gambari na difícil missão: falar com todas as partes interessadas.

No domingo, Gambari teve uma conversa de mais de uma hora com Aung San Suu Kyi. Porta-vozes da Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido de Aung, disseram que a líder terá de esperar Gambari sair do país para contar detalhes sobre as conversas e dizer se conseguiu a promessa da Junta Militar de interromper a repressão.

A última vez que Gambari visitou Mianmar foi em novembro de 2006. Na ocasião, ele se reuniu com a Junta Militar e com Aung sem conseguir sua libertação nem avanços na democratização.

Jornalistas estão desaparecidos

Segundo o portal "The Irrawaddy", ligado à dissidência birmanesa, os jornalistas são Kyaw Zeya, do jornal "The Voice"; Nay Lin Aung, do "Day News", e uma repórter não-identificada do "Weekly Eleven News".

Porta-vozes desses jornais disseram não ter notícias dos colegas desde semana passada. Eles não descartam que os jornalistas tenham sido capturados pela Polícia, que também não comunicou as detenções.

Outro jornalista local, Min Zaw, colaborador do jornal japonês "Tokyo Shimbun", foi preso na sexta-feira e ainda não foi solto.

Zaw cobria as grandes manifestações que desde o dia 17 pedem a democratização do país. Ele fazia o mesmo que Kenji Nagai, repórter japonês morto na quarta-feira em Yangun por disparos dos soldados.

Início dos protestos dos últimos dias

Desta vez, os protestos começaram após o governo decretar o aumento dos preços dos combustíveis. As manifestações se intensificaram depois da repressão violenta contra monges budistas, que lideraram as grandes marchas que tomaram o país.

Pelo menos 16 pessoas morreram desde o dia 17, quando os monges birmaneses começaram uma série de protestos depois com a adesão de dezenas de milhares de pessoas que exigem a democratização do país, governado há 45 anos pelos militares. A repressão militar violenta despertou críticas até da China, principal aliada de Mianmar.

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