O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon denunciou os "horrores" incessantes na Síria, pediu o fim da violência e mais ajuda para a região que vive uma situação catastrófica que se deteriora a cada dia.
"Quantas pessoas serão mortas se esta situação continua?", disse Ban, durante um conferência de doadores no Kuweit, organizada para financiar as ações de ajuda humanitária da ONU.
"Eu faço um apelo a todos os lados e particularmente ao governo da Síria para que parem de matar ... em nome da humanidade, parem a matança, parem com a violência", disse.
Mais de 60.000 foram mortas desde que começou o conflito há 22 meses, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU).
Síria está "se dissolvendo à vista de todos", diz enviado da ONU
O enviado especial da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe para a crise na Síria, Lakhdar Brahimi, disse na terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU que o presidente sírio, Bashar al Assad, poderá ser capaz de se aferrar ao poder por enquanto, mas que o país está "se dissolvendo à vista de todos", segundo relato de diplomatas à Reuters.
"A legitimidade do regime sírio foi danificada de forma séria e provavelmente irreparável", disse o ex-chanceler argelino a diplomatas dos 15 países do Conselho.
Ele sugeriu que não houve progressos nos últimos dois meses nas tentativas de encerrar uma guerra civil que já dura quase dois anos e que, segundo a ONU, deixou 60 mil mortos. Segundo Brahimi, a esta altura só o Conselho de Segurança poderia fazer algo - mas Rússia e China, que têm poder de veto, se opõem a qualquer iniciativa que ameace seu aliado Assad.
Diplomatas disseram que Brahimi está cada vez mais frustrado com a desunião do Conselho em torno do seu trabalho. Seu antecessor no cargo, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, manifestou a mesma frustração ao renunciar à função, em agosto.
O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall grant, disse a jornalistas que está confiante na superação do impasse.
"É horrendo que a brutalidade do regime persista, que o número de mortes esteja subindo o tempo todo, e que o Conselho de Segurança ainda não seja capaz de colocar todo o seu peso por trás dos esforços do enviado especial da ONU", disse ele.
"É uma questão agora de reconhecer o que precisa ser feito para colocar um fim ao derramamento de sangue e iniciar uma transição política legítima que tenha alguma chance de atender às aspirações do povo sírio."