O chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pediu na terça-feira ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que se aproxime mais da aliança a fim de que as duas partes possam resolver suas desavenças sobre Kosovo e sobre os planos norte-americanos de construir um escudo de defesa antimíssil.
"No que diz respeito às (nossas) relações, senhor presidente, identifico duas palavras-chave e essas palavras são investimento e engajamento", afirmou o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, no início de um encontro com Putin, no Kremlin.
"O investimento nas relações mútuas justifica-se porque, segundo acredito, podemos atuar de forma melhor do que estivemos fazendo. E o engajamento justifica-se porque acredito piamente não haver alternativa a uma boa e saudável relação da Otan com a Rússia."
As relações da Rússia com os principais integrantes da Otan esfriaram em meio a uma série de declarações sobre questões polêmicas como o escudo de defesa antimíssil, a independência de Kosovo e as acusações de que a Rússia usaria suas grandes fontes energéticas para manter países vizinhos sob controle.
A Otan continua sendo vista com grande suspeita entre os russos. Autoridades do país afirmam que a expansão da aliança rumo a leste mostraria que os EUA e as potências européias servem-se dela para contrabalançar a influência da Rússia.
E o governo russo vem criticando um plano norte-americano referendado pela Otan e que prevê a instalação de partes de um escudo de defesa antimíssil na Polônia e na República Tcheca.
No começo deste ano, a Rússia deixou a Otan preocupada ao suspender sua adesão ao Tratado de Forças Convencionais na Europa, uma manobra que o país relacionou com o escudo norte-americano.
Em declarações dadas antes de reunir-se com o chefe da Otan, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, reconheceu que seu país e a aliança discordavam a respeito de uma série de assuntos.
"A postura da Rússia e a de países da Otan continua um pouco distante - o problema do escudo antimíssil, o problema do Tratado das Forças Convencionais na Europa e o problema de Kosovo", afirmou o chanceler a repórteres.
Os EUA afirmam que o escudo é necessário como medida de proteção contra mísseis a serem eventualmente lançados por países não-amistosos como o Irã e a Coréia do Norte.
Para a Rússia, o escudo torna-a vulnerável e tem por alvo principal o aparato de defesa russo.
Autoridades da Rússia advertiram sobre a possibilidade de haver um conflito em torno de Kosovo caso as potências ocidentais levem adiante seus planos de conceder um tipo especial de independência ao território, que é atualmente parte da Província da Sérvia.
O governo russo opõe-se a qualquer medida adotada para transformar Kosovo em uma área independente.
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