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Política externa

Chefe da Otan defende “trabalho coletivo” com Trump para conter ameaça da Rússia e aliados

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte: a organização tem sido uma forte aliada da Ucrânia durante a invasão da Rússia (Foto: EFE/EPA/TOLGA AKMEN)

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O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse nesta quinta-feira (7) que espera trabalhar “coletivamente” com o próximo presidente dos EUA, Donald Trump, diante da ameaça representada pela parceria da Rússia com Irã, Coreia do Norte e China contra a Ucrânia.

“Agora que os (militares) norte-coreanos estão posicionados na Rússia, vemos que cada vez mais Coreia do Norte, Irã, China e, é claro, Rússia, estão colaborando, trabalhando juntos contra a Ucrânia”, afirmou Rutte a jornalistas em sua chegada à cúpula da Comunidade Política Europeia.

“Estou ansioso para me sentar com o presidente Trump e ver como podemos lidar coletivamente com essa ameaça e manter nossa parte do mundo segura”, acrescentou.

O chefe da Otan disse que a eleição do candidato do Partido Republicano para um outro mandato é “realmente um enorme sucesso para ele”, além de mencionar o fato de que os republicanos estarem perto de controlar ambas as casas do Congresso dos EUA.

Rutte lembrou que, durante o primeiro governo de Trump, o presidente americano estimulou o aumento da meta de gastos militares dos aliados para mais de 2%, e disse que agora “é preciso fazer mais” porque as metas não serão alcançadas se permanecerem nesse patamar.

“Trabalhei muito bem com ele (quando era primeiro-ministro da Holanda) porque ele é muito claro sobre o que quer. Ele entende que é preciso negociar para chegar a posições comuns. E acho que podemos fazer isso”, afirmou.

Rutte expressou preocupação com o fato de a Rússia ter recorrido ao apoio da Coreia do Norte em troca do fornecimento de tecnologia a esse país, o que, segundo ele, “ameaça o futuro” tanto da Europa quanto dos EUA e países do Indo-Pacífico.

“Se a Rússia tiver sucesso na Ucrânia, teríamos uma Rússia ousada em nossa fronteira, tendo conquistado território, tendo conquistado a enorme Força de Defesa ucraniana, mas também a engenhosidade do povo ucraniano”, disse.

“Isso seria uma ameaça não apenas para a Europa, a parte europeia da Otan, mas também para os EUA. E é por isso que, coletivamente, temos que trabalhar não apenas a ameaça da Rússia, mas também o fato de que esses quatro países trabalham juntos”, enfatizou Rutte.

O secretário-geral da Otan considerou que "muito em breve" será visto que os próprios EUA também estão ameaçados por esses últimos avanços tecnológicos, graças ao fato de "a Rússia fornecer seu mais recente know-how e tecnologia à Coreia do Norte”.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também manifestou o desejo de trabalhar com o governo Trump nesta quinta-feira na cúpula da Comunidade Política Europeia, em Budapeste.

Nas declarações, Zelensky, que enfrenta a ameaça direta do regime de Vladimir Putin, afirmou que espera que os EUA se fortaleçam com o retorno do ex-presidente Donald Trump ao poder e que o país não deixe de trabalhar com a Europa para avançar rumo a uma paz que não envolva concessões territoriais por parte de Kiev.

“Ontem conversei com o presidente Trump. Foi uma conversa positiva e produtiva. Esperamos que os EUA se tornem mais fortes. É dos EUA que a Europa precisa. E uma Europa forte é o que os EUA precisam. Essa é a conexão entre aliados que deve ser valorizada e não pode ser perdida”, afirmou Zelensky em seu discurso.

O presidente ucraniano está tentando convencer Trump a não sacrificar os interesses da Ucrânia em prol de um acordo rápido com a Rússia que acabaria com a guerra. O candidato eleito do Partido Republicano para a Casa Branca e seu entorno têm relutado em continuar enviando ajuda militar a Kiev.

Trump se comprometeu a promover negociações de paz para encerrar as hostilidades assim que fosse eleito, sem detalhar como isso seria feito.

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