O secretário americano da Defesa, Leon Panetta, excluiu nesta quarta-feira (1º) o uso da opção militar de forma imediata contra as instalações nucleares iranianas, durante uma coletiva conjunta com seu colega israelense, Ehud Barak.
"Devemos esgotar todos os esforços antes de apelar para a opção militar", declarou Panetta em Ashkelon, sul de Israel, por ocasião de uma visita a uma instalação do sistema antimísseis Domo de Ferro, financiado em parte pelos Estados Unidos.
Panetta se referiu às sanções econômicas e pressões exercidas por diversos países para que o Irã abandone seu programa nuclear.
De acordo com Panetta, o presidente Barack Obama deixou claro que impedir o Irã de dotar-se de armas nucleares é uma prioridade para a segurança nacional dos Estados Unidos e que, por isso, todas as opções estão sobre a mesa.
Por sua parte, Barak afirmou que a possibilidade do Irã renuncia a seu programa nuclear é extremamente pequena e reafirmou que a "última decisão" sobre um eventual ataque israelense contra o Irã será responsabilidade unicamente do governo israelense.
Na véspera, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou não ter tomado a decisão de um eventual ataque contra o Irã e reafirmou "o direito de Israel a se defender".
"Não tomei uma decisão" sobre um eventual ataque contra as instalações nucleares iranianas, afirmou Netanyahu em resposta a uma pergunta em entrevista a um canal de televisão.
O premier reafirmou, no entanto, "o direito de Israel de se defender de toda ameaça que pesa sobre sua segurança e sua existência". Também destacou que "o destino de Israel depende unicamente de nós e de nenhum outro país sem importar quão amigável seja", em alusão aos Estados Unidos.
Perguntado sobre informações veiculadas na imprensa segundo as quais o Estado-maior do exército, os dirigentes do Mossad, o serviço secretos, e do Shin Beth, o serviço de segurança interior, se opõem a um ataque que Israel poderia lançar sem o aval dos Estados Unidos, Netanyahu respondeu que "em nenhuma democracia, só os dirigentes políticos decidem e os militares executam".
O primeiro-ministro também lembrou que em 1981 o premier Menahem Begin havia dado seu aval para um ataque aéreo contra uma usina nuclear no Iraque "apesar da oposição categórica na época dos líderes do Mossad e da inteligência militar".