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O Estado Islâmico (EI) grupo terrorista que assombrou o mundo ocidental, está ressurgindo novamente como uma ameaça global, disse nesta terça-feira (8) Ken McCallum, diretor-geral da MI5, o serviço de inteligência do Reino Unido.
"Hoje, o Estado Islâmico não é a força que era há uma década, mas depois de alguns anos de contenção, eles retomaram seus esforços para exportar o terrorismo", afirmou McCallum, em referência ao aumento da atividade recente do grupo.
McCallum citou o ataque terrorista ocorrido em março deste ano em Moscou, conduzido pelo Estado Islâmico do Khorasan, ou ISIS-K, uma ramificação do Estado Islâmico original, como prova clara de que o grupo terrorista ainda tem uma “capacidade letal”. O ataque em Moscou, que deixou mais de 130 mortos, demonstra que o EI ainda “consegue organizar ataques devastadores e influenciar células terroristas pelo mundo”, apesar de já não controlar grandes territórios como antes.
McCallum ressaltou que o número de investigações ligadas ao terrorismo internacional tem aumentado nos últimos meses, com mais de um terço das investigações prioritárias do MI5 envolvendo grupos como o EI e a Al-Qaeda. Ele destacou que, embora o Estado Islâmico tenha sofrido “severos golpes”, sua habilidade de “recrutar, planejar e executar atentados” se mantém ativa. A prova disso, segundo o diretor, é que recentemente o MI5 e a polícia da Inglaterra conseguiram frustrar vários ataques terroristas em fases avançadas de planejamento.
Além disso, McCallum revelou que existe um crescimento alarmante de casos de jovens britânicos, muitos com menos de 18 anos, envolvidos em atividades terroristas relacionadas ao jihadismo islâmico. Segundo ele, a proporção de jovens envolvidos nesse tipo ação extremista “triplicou” nos últimos três anos.