O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Antonio Indjai, confirmou que um grupo de militares tentou dar um golpe de Estado nesta segunda-feira (26), embora sem sucesso.
Em entrevista coletiva, Indjai ressaltou que as autoridades "neutralizaram" a ameaça e que a situação está já sob controle.
"Só posso dizer que há um grupo que quis alterar a ordem constitucional, mas o Estado-Maior das Forças Armadas o neutralizou e a situação está neste momento sob controle", ressaltou logo após se reunir com membros do governo guineano.
Indjai afirmou, além disso, que nas próximas horas "serão conhecidos os líderes" do grupo insurgente, já que "o governo tem toda a informação em seu poder".
O chefe militar de Guiné-Bissau, que tinha sido dado como desaparecido vítima de uma insurreição, fez estas declarações depois de se encontrar com vários membros do governo na sede do Ministério da Defesa, à qual chegou em traje civil e acompanhado por cerca de 50 militares fortemente armados.
Indjai atribuiu a esta tentativa de golpe de Estado os disparos e movimentos militares registrados no começo da manhã de hoje.
Segundo informou a agência de notícias portuguesa "Lusa', representantes de organizações civis advertiram sobre atividades militares "incomuns" e detenções que despertavam o temor de um levante como o de abril do ano passado.
Na ocasião, um grupo de militares liderados pelo próprio Indjai destituiu o então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Zamora Induta, e reteve por várias horas o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, para forçá-lo a renunciar.
Gomes Júnior, que continua sendo o principal líder do governo guineano, tem paradeiro desconhecido, embora a imprensa portuguesa tenha levantado a hipótese de que ele estaria na embaixada de Angola na capital do país, Bissau.
Antiga colônia portuguesa, Guiné-Bissau, com cerca de milhão e meio de habitantes, é um dos países mais pobres da África e sofreu vários golpes de Estado e levantes militares desde que obteve sua independência de Portugal, em 1973.