O chefe militar dos insurgentes líbios Abdel-Fattah Younes e dois de seus assessores foram assassinados ontem em Benghazi, informou o grupo insurgente Conselho de Transição Nacional (CNT) da Líbia. A morte de chefe militar foi anunciada em entrevista coletiva concedida em Benghazi, a capital rebelde, por Mustafá Abdul-Jalil, líder da organização insurgente.
Younes havia sido preso mais cedo pelos próprios insurgentes e, segundo os rebeldes, seria interrogado mais tarde, em meio a suspeitas de que sua família ainda mantivesse laços com o regime do líder líbio Muamar Kadafi.
O chefe do Conselho não esclareceu as circunstâncias da morte de Younes e dos dois assessores, que haviam sido presos junto com ele.
Sem entrar em detalhes, Abdul-Jalil limitou-se a dizer que Younes e seus assessores foram assassinados quando chegavam para serem questionados sobre "um assunto militar". Abdel-Jalil também qualificou Younes como "um dos heróis da revolução de 17 de fevereiro", data que marca o início dos protestos contra Kadafi.
Younes, que no passado foi ministro do Interior de Kadafi e depois desertou no começo dos combates, há cinco meses, vinha sendo questionado a respeito de sua lealdade e também por supostos laços secretos que sua família teria com o regime líbio
Ataques
Centenas de insurgentes no oeste da Líbia lançaram ontem uma ampla ofensiva contra as tropas de Kadafi, tomando duas pequenas cidades e avançando sobre outras duas para assegurar o controle de uma rota de suprimento que vem da Tunísia, afirmou o porta-voz dos insurgentes, Mohammed al-Rijali. Quatro insurgentes foram mortos na ação e vários feridos, enquanto os rebeldes afirmam ter capturado 18 soldados leais a Kadafi, bem como armas e munições.
A guerra civil líbia está em impasse, apesar de mudanças na linha do front. Os insurgentes têm sido incapazes de obter uma grande vitória no campo de batalha, enquanto Kadafi não consegue esmagar a insurgência. Os rebeldes controlam o leste do país e no oeste a cidade de Misurata e as montanhas Nafusa, na fronteira com a Tunísia. Kadafi controla a capital, Tripoli, e o resto do país.