Abdel Fattah Younes estava sendo acusado de ligações com Kadafi| Foto: Esam al-Fetori/Reuters

Julgamento

Tribunal condena ex-presidente da Tunísia a 16 anos de prisão

O ex-presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali foi condenado à revelia ontem a 16 anos de prisão por corrupção e fraude imobiliária. Trata-se do terceiro processo à revelia contra Ben Ali, que deixou Túnis em 14 de janeiro, pressionado por uma revolta popular, para se refugiar na Arábia Saudita.

O ex-presidente já foi condenado a um total de mais de 50 anos de prisão em dois processos anteriores, em junho e julho. Sua filha Nesrine e seu genro Sakhr Materi foram condenados a 8 e 16 anos de prisão, respectivamente, no mesmo caso, que remonta ao início dos anos 2000.

A Justiça tunisiana está instruindo atualmente mais de cem casos contra o ex-presidente, que deve responder a 93 acusações, 35 delas diante de uma jurisdição militar. Ben Ali está refugiado desde 14 de janeiro na Arábia Saudita, que não respondeu ao pedido de extradição das autoridades de Túnis.

AFP

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O chefe militar dos insurgentes líbios Abdel-Fattah Younes e dois de seus assessores foram assassinados ontem em Benghazi, in­­for­­mou o grupo insurgente Con­­se­­lho de Transição Nacional (CNT) da Líbia. A morte de chefe militar foi anunciada em entrevista coletiva concedida em Benghazi, a capital rebelde, por Mustafá Ab­­dul-Jalil, líder da organização in­­surgente.

Younes havia sido preso mais cedo pelos próprios insurgentes e, segundo os rebeldes, seria in­­terrogado mais tarde, em meio a suspeitas de que sua família ainda mantivesse laços com o regime do líder líbio Muamar Kadafi.

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O chefe do Conselho não es­­clareceu as circunstâncias da morte de Younes e dos dois assessores, que haviam sido presos jun­­to com ele.

Sem entrar em detalhes, Ab­­dul-Jalil limitou-se a dizer que Younes e seus assessores foram assassinados quando chegavam para serem questionados sobre "um assunto militar". Abdel-Jalil também qualificou Younes co­­mo "um dos heróis da revolução de 17 de fevereiro", data que mar­­ca o início dos protestos contra Kadafi.

Younes, que no passado foi mi­­nistro do Interior de Kadafi e depois desertou no começo dos combates, há cinco meses, vinha sendo questionado a respeito de sua lealdade e também por su­­postos laços secretos que sua fa­­mília teria com o regime líbio

Ataques

Centenas de insurgentes no oeste da Líbia lançaram ontem uma ampla ofensiva contra as tropas de Kadafi, tomando duas pequenas cidades e avançando sobre outras duas para assegurar o controle de uma rota de suprimento que vem da Tunísia, afirmou o porta-voz dos insurgentes, Mo­­hammed al-Rijali. Quatro insurgentes foram mortos na ação e vários feridos, enquanto os rebeldes afirmam ter capturado 18 sol­­dados leais a Kadafi, bem como armas e munições.

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A guerra civil líbia está em im­­passe, apesar de mudanças na li­­nha do front. Os insurgentes têm sido incapazes de obter uma gran­­de vitória no campo de batalha, enquanto Kadafi não consegue esmagar a insurgência. Os rebeldes controlam o leste do país e no oeste a cidade de Misurata e as montanhas Nafusa, na fronteira com a Tunísia. Kadafi controla a capital, Tripoli, e o resto do país.