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conflito

Chefe rebelde sírio considera trégua um 'fracasso'; combates se intensificam

Um chefe rebelde descreveu como um "fracasso" a trégua proposta pelo mediador internacional Lakhdar Brahimi devido à festa muçulmana do Eid al-Adha na Síria, onde neste sábado (27) prosseguiam os combates, aviões sobrevoavam as cidades-chave e o número de mortos desde a véspera já chegava a 150 pessoas.

A trégua acordada pelo regime do presidente Bashar al-Assad e pelo Exército Sírio Livre (ESL) na quinta-feira levantou a possibilidade de uma detenção dos combates pela primeira vez depois de 19 meses de conflito.

Mas na sexta-feira, primeiro dia do Eid al-Adha, uma das festas mais sagradas do islã, o cessar-fogo foi rompido por novos confrontos, por mortíferos carros-bomba e por uma nova promessa do regime de caçar os "terroristas armados", termos utilizados pelo governo para se referir aos rebeldes.

Os combates voltaram a causar estragos neste sábado e os aviões do regime foram vistos sobrevoando a cidade de Aleppo, depois da breve calma no início do Eid.

Um avião de guerra também foi observado sobrevoando Damasco neste sábado, informou um correspondente da AFP.

Um comandante rebelde em Aleppo disse que, sem dúvida alguma, a trégua proposta pelo mediador internacional Lakhdar Brahimi havia morrido.

"Isto é um fracasso de Brahimi. Esta iniciativa estava morta antes de nascer", disse Abdel Khabar al-Oqaidi, chefe do conselho militar do ESL em Aleppo (norte), contactado por telefone.

Oqaidi insistiu que o ESL não rompeu o cessar-fogo e que se limitou a realizar ações defensivas.

"Ontem (sexta-feira) estive em várias frentes e o exército não parava de bombardear", disse Oqaidi. "Nossa missão é defender o povo, não somos nós que estamos atacando".

A festa do Eid começou com uma diminuição dos combates e a rede de televisão estatal mostrou imagens de Assad sorrindo e falando com fiéis na mesquita de Damasco, mas a situação se deteriorou rapidamente.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou que 146 pessoas morreram nos bombardeios e nos confrontos de sexta-feira, entre elas 53 civis, 50 rebeldes e 43 soldados do exército de Assad.

Neste sábado pelo menos 13 pessoas faleceram nos combates e ataques na província de Damasco, Aleppo, Deraa (sul) e na cidade de Deir Ezzor (leste).

E dentre vítimas fatais deste sábado, cinco morreram em um atentado com carro-bomba em Deir Ezzor, informou o OSDH. A rede de televisão estatal acusou os "terroristas" de serem responsáveis pelo ataque e disse que a bomba foi colocada em frente a uma igreja causando grandes danos, mas não informou o número de vítimas.

Segundo o OSDH, mais de 35.000 pessoas morreram no conflito, que começou como um protesto contra o regime e se tornou, devido à violenta repressão, uma guerra civil, com os rebeldes sunitas enfrentando o regime de Assad, dominado pela minoria alauita, um ramo dos xiitas.

O OSDH, cuja sede encontra-se na Grã-Bretanha e se baseia em uma rede de ativistas, advogados e médicos em hospitais civis e militares, afirmou que leva em conta as baixas civis, militares e rebeldes.

As forças regulares e os rebeldes se comprometeram a respeitar o pedido de Brahimi de depor as armas devido à festa muçulmana do Eid al-Adha, mas as duas partes se reservaram o direito de responder aos ataques.

Brahimi esperava que a trégua pudesse conduzir a um cessar-fogo de maior duração, durante o qual poderia encorajar uma solução política e levar ajuda às regiões afetadas.

Oqaidi, o comandante do ESL em Aleppo, afirmou que o cessar-fogo estava condenado desde o início e que a comunidade internacional deveria deixar de ter fé no regime.

"O povo sírio se converteu em uma cobaia com cada enviado que testa uma iniciativa, enquanto sabemos que o regime não a respeitará".

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