Líderes da comunidade de Inteligência dos EUA alertaram nesta quarta-feira (2) que a paralisação do governo é uma ameaça "insidiosa" à segurança nacional, que aumentará quanto mais tempo milhares de empregados ficarem longe do trabalho.

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"Estou no negócio da Inteligência há cerca de 50 anos. Nunca vi nada assim", disse o diretor da Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper, em uma audiência do Comitê do Judiciário do Senado a respeito dos programas de vigilância.

"Isto (a paralisação) afeta nossa capacidade global de apoiar os militares, a diplomacia e as questões de política externa. O perigo aqui é que isto vai acumular ao longo do tempo. O dano será insidioso, então a cada dia que passa, o risco aumenta", declarou.

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A incapacidade do Congresso norte-americano de acordar uma legislação orçamentária causou uma paralisação parcial do governo, já em seu segundo dia e sem fim à vista. A última vez em que o governo foi paralisado a este ponto foi em 1995 e 1996.

Clapper e o General Keith Alexander, diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), falaram na audiência em um edifício do Senado silenciado pela ausência de milhares de servidores.

As agências de Inteligência já enfrentam protesto por conta da extensão da vigilância governamental sobre comunicações telefônicas e de Internet de seus cidadãos.

Clapper disse que 70% dos funcionários civis de Inteligência tiveram que ser dispensados nesta semana por não estarem lidando com uma ameaça iminente a vidas ou propriedades, mas esse número será ajustado caso a paralisação continue.

As agências de Inteligência dos EUA têm passado por um escrutínio, com público e legisladores exigindo mudanças, desde que Edward Snowden, ex-contratado da NSA, vazou informações a partir de junho segundo as quais o governo coleta muito mais dados de telefones e Internet do que se sabia até então.

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Alexander, diretor da NSA, disse que as dispensas relacionadas à paralisação prejudicam a moral e que sua agência corre o risco de perder milhares de Ph.Ds, cientistas de computação e matemáticos forçados a deixar o trabalho.

"Nossa nação precisa de gente assim, e a maneira como nós tratamos essas pessoas é dizendo-lhes ‘vão para casa, porque não podemos pagá-los'", disse.