O ministro do Interior de Israel, Silvan Shalom, e o negociador-chefe da Palestina, Saeb Erekat, mantiveram um encontro secreto na última quinta-feira em Amã, capital da Jordânia, revelou nesta terça-feira o jornal israelense “Ha’aretz”.
Segundo o jornal, a reunião foi organizada por uma pessoa que não desempenha cargo oficial no governo israelense ou palestino. Diplomatas da União Europeia (UE) e da Jordânia sabiam do encontro. Já os Estados Unidos não foram informados nem antes, nem depois do diálogo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também sabiam e autorizaram a participação de seus representantes, afirma o jornal.
Os diálogos para a realização da reunião foram iniciados semanas depois da formação do novo governo israelense, em maio, quando Shalom assumiu a responsabilidade de negociar com a Palestina.
O intermediário seria um “conhecido” de Shalom e Erekat, que se dispôs a organizar o encontro, conforme o “Ha’aretz”.
Durante as conversas, o enviado da EU para o conflito, Fernando Gentilini, tratou de coordenar a reunião e sugeriu que ela fosse realizada em Bruxelas. No entanto, Erekat solicitou que o encontro fosse realizado em Amã, obrigando a participação do governo da Jordânia.
O negociador-chefe e secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) não teria apresentado nenhuma outra condição para a conversa além da escolha de um local neutro.
A reunião, que durou duas horas, foi um encontro protocolar para que os dois negociadores se conhecessem melhor. Ambos apresentaram sugestões iniciais sobre como retomar o processo de paz, paralisado completamente desde 2014, quando fracassou a última tentativa comandada pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry.
Shalom e Erekat concordaram em informar Netanyahu e Abbas sobre o diálogo, se comprometendo também a marcar uma nova reunião no futuro.
O próprio ministro do Interior de Israel revelou recentemente à imprensa que Israel estava tentando reiniciar as negociações de paz com os palestinos, sem detalhar as ações que estava adotando.
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