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O Ministério Público da Coreia do Sul indiciou nesta sexta-feira (3) o principal comandante do Exército do país, bem como o chefe das Forças Especiais, por seu suposto papel na imposição da lei marcial no último mês de dezembro.
O chefe do Estado-Maior, general Park An-su, responsável pelo comando militar durante a lei marcial, e o tenente-general Kwak Jong-keun, chefe do Comando das Forças Especiais, foram indiciados por acusações de insurreição e abuso de poder, segundo detalhou o MP sul-coreano.
Park foi nomeado Comandante da Lei Marcial depois que o agora afastado presidente Yoon Suk-yeol declarou estado de exceção em 3 de dezembro e foi responsável por emitir o decreto, que os investigadores acreditam conter elementos inconstitucionais, como a proibição de toda atividade política.
Por sua vez, Kwak é acusado de enviar forças de operações especiais para a Assembleia Nacional sob ordens de Yoon para cercar o prédio e impedir que os deputados aprovassem uma moção para rejeitar a lei marcial.
Os procuradores consideraram que suas ações tinham a intenção de subverter a Constituição e equivalem a acusações de insurreição. O indiciamento acontece depois que a dupla foi presa em dezembro.
Prisão suspensa
Também nesta sexta-feira, as autoridades da Coreia do Sul suspenderam uma operação para prender Yoon e interrogá-lo sobre sua declaração de lei marcial em dezembro, devido à obstrução de sua equipe de segurança em sua residência em Seul.
Um porta-voz do Gabinete para Investigações de Corrupção de Funcionários de Alto Escalão (CIO) disse à imprensa que a operação foi cancelada por volta das 13h30 (horário local, 1h30 de Brasília), depois que 30 agentes do órgão e 50 policiais foram barrados por três ou quatro horas pelo serviço de segurança presidencial, que se recusou a conceder acesso ao interior da casa.
Segundo relatou um funcionário do CIO à agência de notícias Yonhap, o serviço de segurança presidencial formou vários perímetros com cerca de 200 agentes que pararam os investigadores a 200 metros da residência.
Yoon, que foi proibido de deixar o país, foi destituído pelo Parlamento no dia 14 de dezembro. O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul determinou também nesta sexta-feira que será realizada no dia 14 de janeiro a primeira audiência sobre o julgamento do impeachment, para definir se ele deve ser reconduzido ao cargo ou afastado de forma permanente.