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Parentes de detentos da prisão de Comaygua, que pegou fogo na noite de terça-feira (14) | Orlando Sierra/AFP Photo
Parentes de detentos da prisão de Comaygua, que pegou fogo na noite de terça-feira (14)| Foto: Orlando Sierra/AFP Photo

Chegou a 350 o número de detentos mortos em um grande incêndio que se espalhou por uma prisão superlotada em Honduras nesta quarta-feira (15).

Veja fotos da tragédia em Honduras O gabinete do procurador-geral disse que 357 pessoas morreram no fogo que começou na noite de terça-feira (14) na prisão de Comayagua, cerca de 75 quilômetros ao norte da capital Tegucigalpa. Notícias de rádio diziam que os mortos e desaparecidos totalizavam 402 pessoas - quase metade da população carcerária local. A chefe dos serviços forenses em Comayagua, Lucy Marder, disse que a polícia divulgou que um dos mortos era uma mulher que passava ali a noite e que o restante era de prisioneiros, mas ela afirmou que alguns dos 357 supostos mortos poderiam ter escapado. A mídia local divulgou que o chefe do departamento de bombeiros de Comayagua também morreu no incêndio. Esse é um dos piores incêndios em prisões na América Latina, e relatos da rádio local diziam que muitos dos detentos morreram queimados dentro das celas. Honduras tem o maior índice de homicídios do mundo, segundo as Nações Unidas, e há tumultos frequentes e confrontos ente membros de gangues de rua rivais nas prisões superlotadas. As gangues, conhecidas como 'maras', começaram nos Estados Unidos e então se espalharam pela América Central, com seus integrantes cobertos de tatuagens e envolvidos no tráfico de drogas, assaltos e esquemas de proteção. Soldados, policiais e familiares ansiosos cercaram a prisão de Comayagua na manhã desta quarta-feira e imagens de televisão mostravam parentes chorando pressionados contra uma cerca enquanto esperavam notícias. Alguns parentes começaram a atirar pedras contra os policiais e tentaram forçar seu caminho até a prisão. A polícia respondeu atirando para cima e lançando gás lacrimogêneo contra os manifestantes, na maioria, mulheres.

A prisão abrigava mais de 800 detentos - bem acima de sua capacidade. "Isso é desesperador, eles não vão nos dizer nada e eu acho que meu marido está morto", disse Gregoria Zelaya ao Canal 5 TV em frente à prisão. Bombeiros disseram que não conseguiam entrar na prisão por causa dos tiros. Mas Daniel Orellana, chefe do sistema penitenciário, afirmou que não havia tumulto. "Temos duas hipóteses: uma é a de que um preso pôs fogo em um colchão e a outra é que houve um curto-circuito no sistema elétrico", disse ele. Em toda Honduras as prisões estão com superlotação. Mais de 100 detentos foram mortos em um incêndio na cidade de San Pedro Sula há vários anos, e os sobreviventes disseram depois que os guardas atiraram nos presos que tentavam escapar do fogo.

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