O primeiro diplomata do Brasil na Coreia do Norte já chegou em Pyongyang. Arnaldo Carrilho, 71 anos, desembarcou na última sexta-feira (3) no país comunista e terá a difícil missão de desobstruir os caminhos para o diálogo e, assim, tirar o regime norte-coreano do "isolamento" do restante do mundo.
A inauguração da embaixada brasileira estava prevista para o dia 29 de maio. Mas a missão diplomática foi adiada pelo Itamaraty por um mês após o agravamento das tensões na Península Coreana. Pyongyang anunciou, quatro dias antes, que havia realizado um teste nuclear subterrâneo.
Carrilho ficou hospedado junto ao corpo diplomático brasileiro em Pequim, na China, após saber que o governo brasileiro adiou sua entrada em Pyongyang. No entanto, precisou aguardar um mês o sinal verde do Itamaraty para assumir o posto inédito.
Antes de sua partida de Pequim para Pyongyang, na sexta, o regime norte-coreano agravou ainda mais a tensão após disparar quatro mísseis de curto alcance. Dois dias depois outros sete mísseis foram disparados e marcaram a escalada das tensões proporcionada pelo regime norte-coreano.
O Conselho de Segurança da ONU condenou veementemente os disparos e os definiu como uma "ameaça à segurança regional e internacional". Resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de disparar mísseis balísticos.
Atualmente 25 países possuem diplomatas na Coreia do Norte. O Brasil será o segundo país do continente americano a dispor de um embaixador em Pyongyang. Somente Cuba já possui embaixada no país. Nenhum desses, com exceção do Brasil, pediu o retorno de seus diplomatas "para consultas" - o que na linguagem diplomática significa o forte descontentamento.
As relações entre os governos brasileiro e norte-coreano foram restabelecidas em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas só em 2001, Pyongyang instalou sua primeira embaixada em Brasília.
Experiência diplomática
Esse será o quarto posto de Carrilho em um país comunista. Antes ele passou pela Polônia (1967-1971), Berlim Oriental (1973-1974) e por fim Laos (1996-2001), sob jurisdição da Tailândia.
Carrilho passou 37 anos em missões diplomáticas no exterior, sendo 10 anos na Ásia - metade deles na Tailândia e outros cinco anos em Hong Kong.
O diplomata brasileiro designado embaixador do Brasil em Pyongyang espera um convite para participar das negociações do desarmamento.
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