No Grande Teatro de Havana, o presidente dos EUA, Barack Obama, levou ‘un saludo de paz’ para os cubanos, num discurso em que misturou palavras em inglês e espanhol, mas com uma mensagem clara: enterrar os últimos resquícios da Guerra Fria.
Apesar da proximidade geográfica entre os dois países, Obama disse que foi preciso viajar uma longa distância para que a primeira visita de um presidente americano em mais de 80 anos se concretizasse. O presidente americano ressaltou que embora haja pontos em comum, há muitas diferenças:
“Não podemos ignorar as diferenças. Cuba é o sistema de um partido; EUA são uma democracia multipartidária. Cuba é socialista; os EUA são uma sociedade de mercado aberto”.
O presidente americano ainda afirmou que o embargo prejudica o povo cubano, em vez de ajudá-lo. Ele afirmou que Cuba não pode ser definida porque é anti-EUA, assim como os Estados Unidos não podem ser definidos por políticas contra Cuba.
“El futuro de Cuba tiene que estar en las manos del pueblo cubano”, disse, em mais uma frase em espanhol, acrescentando mais tarde: “Todos somos americanos!”.
Também na língua oficial da ilha, Obama pediu que os jovens cubanos “construam algo novo”. A quem acompanhava o discurso, ele defendeu a liberdade de se expressar livremente e sem medo.
“As pessoas deveriam se expressar livremente e sem medo”, afirmou o presidente norte-americano, em um discurso aplaudido inúmeras vezes, e no qual citou o herói nacional José Martí.
Atentados em Bruxelas
Durante o discurso, o presidente Barack Obama condenou os atentados em Bruxelas, que deixaram mais de 30 mortos. Ele afirmou que os Estados Unidos farão tudo o que for possível para perseguir os autores.
“Devemos estar juntos, independente da nacionalidade, da raça ou da fé na luta contra o flagelo do terrorismo”, afirmou o presidente americano durante sua visita a Cuba. “Podemos e vamos derrotar quem ameaça a proteção e a segurança das pessoas do mundo todo”, acrescentou.