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Enchentes na capital da Indonésia mataram pelo menos 20 pessoas e deixaram quase 200 mil desabrigados. O nível da água misturada com lama chegou a quatro metros de altura em algumas regiões, disseram autoridades neste domingo.

As chuvas em Jacarta diminuíram no fim de semana, mas ainda chove forte em áreas altas, levando mais água aos rios já cheios da cidade.

As enchentes são comuns na temporada de chuvas na Indonésia, mas a devastação dos últimos dias é a pior em cinco anos. Autoridades do setor de meteorologia advertem que a cidade pode sofrer ainda mais com chuvas fortes durante a semana.

O governo também está preocupado com a possibilidade de que o deslocamento de tantas pessoas e a contaminação da água levem doenças à cidade, que já enfrenta o aumento do número de casos de dengue.

- Vinte pessoas morreram desde o primeiro dia de cheias. Sete foram levadas pela correnteza, nove foram eletrocutadas e outras morreram de doenças - disse I Ketut Untung Yoga Ana, porta-voz da polícia em Jacarta.

Uma importante barragem em um canal que passa pelo centro de Jacarta foi aberta por causa da correnteza forte, disse uma autoridade, o que piorou a enchente na cidade.

Rustam Pakaya, do ministério da saúde, disse que funcionários estão distribuindo oito toneladas de alimentos para bebês, leite e comida.

Em muitas partes da cidade estão sendo preparados sacos de areia para tentar proteger prédios. Algumas vítimas procuraram abrigo no hotel de cinco estrelas Borobudur.

- É a primeira vez que a cheia atinge a minha área. As pessoas foram para a mesquita - disse Taufik Hamdani, de 48 anos, que mora no bairro de Matraman.

Ele disse que pretende levar sua família para um lugar mais protegido.

Segundo o centro de crises de Jacarta, o alerta de enchente está no nível máximo com a água atingindo entre dois e três metros de altura, e até quatro perto de rios e canais.

- Estamos retirando as comunidades que moram em locais críticos - disse uma autoridade.

Segundo o governo, 189.665 pessoas estão desabrigadas na capital e nos seus arredores. O transporte público continua parado e algumas linhas de trem não estão funcionando. Alguns mercados já estão desabastecidos.

Também há blecautes e parte da cidade de nove milhões de habitantes está sem serviços de telefone, já que as cheias afetaram cabos subterrâneos.

As cheias atingiram tanto favelas quanto áreas ricas de Jacarta, que foi construída sobre uma região de pântano.

O ministro do ambiente da Indonésia, Rachmat Witoelar, disse que a culpa pelas enchentes é do excesso de construções nas áreas de represas de água de Jacarta, segundo o jornal "Jakarta Post".

O governador de Jacarta, Sutiyoso, afirmou que a construção de mansões de luxo e de condomínios ao redor da cidade de Bogor também acelerou a chegada das águas ao rios que correm pela capital.

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