O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, acusou na segunda-feira os democratas de serem brandos demais na guerra ao terrorismo, por adotarem uma estratégia de "resignação e derrotismo" que incentivaria mais atentados contra o país.
Em discurso a republicanos de Wisconsin, o vice de George W. Bush citou especificamente o líder democrata no Senado, Harry Reid, o senador Jay Rockefeller e o presidente do partido, Howard Dean.
Cheney arrecadou US$ 140 mil para candidatos republicanos na sua passagem por Wisconsin, e depois ajudou a levantar mais US$ 945 mil para o partido em Michigan.
Os democratas tentam transformar a eleição parlamentar de novembro num referendo sobre a guerra do Iraque, e usam como arma um recente relatório das agências de inteligência segundo o qual a guerra está alimentando o fundamentalismo islâmico mundo afora.
Já os republicanos, que atualmente controlam o Congresso, tentam mostrar que os democratas são "moles" contra o terrorismo.
- Pelo bem da nossa segurança, esta nação tem de rejeitar qualquer estratégia de resignação e derrotismo diante de determinados inimigos - disse Cheney.
Segundo ele, se o governo seguir as sugestões do deputado democrata John Murtha, que defende uma desocupação gradual do Iraque, "vamos simplesmente validar a estratégia da Al-Qaeda e convidar a mais ataques terroristas no futuro".
Os democratas reagiram acusando Cheney de usar uma tática "do medo" e exigindo uma política externa dura, mas inteligente.
Stacie Paxton, porta-voz da cúpula democrata, disse que "conforme a situação no Iraque piora cada vez mais e a campanha de relações-públicas [do governo] fica mais desesperada, a campanha difamatória do vice-presidente Cheney vai ficando mais distante da realidade".
Em Michigan, diante de uma platéia de membros da Guarda Nacional do Exército e seus parentes, ele evitou falar de política, mas insistiu na ameaça do terrorismo e na necessidade de permanecer no Iraque.
- Contra tais inimigos, nossa única opção é manter a ofensiva, caçá-la até que não tenha onde se esconder, e ficar na luta até que a luta seja ganha - afirmou.
Em Milwaukee, Cheney criticou Rockefeller por dizer que os EUA não deveriam ter invadido o Iraque em 2003, mesmo que isso significasse manter Saddam Hussein no poder. Já Reid foi lembrado por se opor à Lei Patriota, destinada ao combate ao terrorismo, e Dean por afirmar que a prisão de Saddam não havia deixado os EUA mais seguros.