O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, sustentou que não existe contradição entre apoiar táticas rigorosas de interrogatório que muitos consideram torturas para supostos inimigos dos EUA, e ao mesmo tempo se opor que essas práticas sejam usadas contra cidadãos norte-americanos. Em entrevista exibida na emissora de televisão NBC na manhã desta terça-feira Cheney admitiu que foi alvo de críticas durante o governo de George W. Bush: "Eu sou o Darth Vader" disse, referindo-se ao vilão da trilogia cinematográfica Guerra nas Estrelas.
Questionado sobre um caso hipotético em que o Irã decidisse usar o "afogamento" - quando a cabeça do prisioneiro é submersa na água, quase até a asfixia - contra um americano suspeito de espionagem, Cheney disse que "seria contra isso, porque temos obrigações com nossos cidadãos".
Cheney, que está promovendo seu livro "In My Time", foi associado a essa prática de tortura. Quando a emissora de televisão NBC perguntou a Cheney se ele não estava em contradição, uma vez que defendeu que o "afogamento" fosse usado contra suspeitos de terrorismo não americanos, ele respondeu: "Aqueles não são cidadãos norte-americanos".